terça-feira, 25 de maio de 2010

Extraordinarily Ordinary, Capítulo 7

 

Mais dois capítulos hoje. Me desculpem por possíveis erros, eu revisei os dois sonolenta demais pra conseguir fazer direito. Há uma nota de tradução no final, explicando o termo ‘zipline’. Os personagens não são meus e o blablabla de sempre.
Boa leitura.

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--7—

Oliver teve que pensar rápido pra ter certeza que chegaria antes de Chloe no apartamento. Usando a zipline¹, ele entrou pela janela do quarto de hóspedes depois de passar por vários telhados da vizinhança. Tão rapidamente quanto possível ele correu pro seu quarto, tirou seu traje e o escondeu debaixo da cama antes de colocar sua calça do pijama e correr do quarto pra cozinha, justamente no momento que Chloe saia do elevador.

Quando ela o viu ali pulou aflita, claramente tendo pensado que ele ainda estaria dormindo.

Vamos, Parceira. Lembre-se de mim. Perceba que era eu, ele implorou silenciosamente pra ela, seu peito subindo e descendo com a adrenalina.

Chloe abriu a boca várias vezes tentando falar, mas nenhuma de suas tentativas foi bem sucedida. Por fim, Oliver entendeu que teria que continuar com o mistério um pouco mais. Ela não se lembrava dele. Ele confortou-se com o fato de que por um momento lá em baixo, ela parecia como se tivesse se lembrado do Arqueiro, ao menos de alguma forma.

“O que aconteceu com você?” ele perguntou e Chloe viu a aflição em seus olhos. “Eu estava prestes a ligar pra polícia.”

“Me desculpe. Eu não achei que você notaria se eu saísse.”

Oliver atravessou a sala até ela, envolvendo-a em seus braços e apoiando o queixo no topo da cabeça dela. “Eu soube no momento em que você se foi, Chloe. Você quase me matou de susto.”

Ele parecia como quando ela estava no hospital, Chloe notou. A culpa a preencheu ao perceber quanto medo ela o causou. “Me desculpe,” ela repetiu sinceramente. “Eu apenas tinha que sair daqui.”

“O que houve?” ele perguntou em voz baixa, as mãos passando por seu cabelo enquanto a segurava contra seu peito.

“Não conseguia dormir. Senti como se estivesse enlouquecendo e depois percebi que já tinha enlouquecido e apenas tive que sair. Não quis assustar ninguém, e eu ia voltar.”

“Chloe, você tem idéia –” Oliver parou. Ele não iria culpá-la ainda mais. Ele não podia dizer que pensou que a perdera, que pensou que ela foi levada bem debaixo de seu nariz quando ele deveria protegê-la. “Por favor, não faça isso de novo.”

“Não farei,” ela sussurrou.

Oliver fez com que ela o olhasse nos olhos. “Não posso te perder, Chloe. Simplesmente não posso. Você tem que voltar pra mim, se lembrar de mim.”

Antes que Oliver soubesse o que estava fazendo, se inclinou e a beijou. Ele sentiu a respiração funda dela e o jeito que seu corpo ficou rígido com o choque, mas no momento seguinte ela retribuiu o beijo, as mãos indo até o peito dele e lentamente envolvendo seu pescoço. Oliver moveu os lábios quase desesperadamente contra os dela, libertando-se de todo medo que ela o fez sentir. Ela disse momentos antes que iria voltar. Ao menos isso queria dizer que não estava fugindo dele. Ela apenas precisava clarear a cabeça.

De repente Chloe se afastou. Ela parecia assustada.

“Chloe—”

Os olhos dele suplicaram para os dela, mas Chloe não sabia o que dizer. Estaria Dinah certa? Ela esteve ou estava apaixonada por Oliver? Começava a parecer isso, mas isso apenas a apavorava mais. Como poderia estar apaixonada por alguém de quem não se lembrava?

Ela balançou a cabeça, indo pra longe dele. Os olhos dela desviaram-se. “Me desculpa por ter te assustado,” ela disse antes de sair quase que voando da sala, deixando Oliver pensando no que tinha acabado de acontecer.

Chloe andou entorpecida até o quarto, fechando a porta atrás de si e recostando-se nela, os olhos fechados enquanto respirava o ar fresco no quarto – Oliver aparentemente havia aberto a janela, embora ela não pudesse imaginar o motivo.

O que acabou de acontecer? Ela se perguntou silenciosamente. Sabia o que Dinah havia dito, mas... Era apenas difícil demais compreender isso, ao menos não com sua condição atual. Apesar de que Chloe não conseguia imaginar que mesmo com sua memória normal acreditaria nisso. Ele estava apenas emocionalmente alterado, ela disse a si mesma. Eu quase o matei de susto e ele apenas se deixou levar. Nós nos deixamos levar.

Ela balançou a cabeça, cansada, com medo do tanto que queria correr de volta pra lá atrás dele, nem mesmo notando que essa nova ‘evolução’ afastou com sucesso todos os pensamentos sobre o Arqueiro Verde pro fundo de sua mente. Ao invés de ceder ao impulso ela se obrigou a ir pra cama, sabendo que estava agora totalmente exausta, mais o que o bastante pra dormir por muito tempo. Ela tremeu, enrolando-se mais nos cobertores. Devia ter fechado a janela, mas agora estava cansada demais e confortável demais pra sair da cama e fechar.

Quando Chloe dormiu, sonhou um grande terreno enfadonho coberto de neve e um castelo feito de gelo, que lentamente se transformou numa fortaleza, que consistia em lanças de gelo gigantes. Ela de repente se viu caminhando até essa fortaleza, lutando pra ficar aquecida.

E aí Clark estava lá, pegando-a do chão onde ela estava lutando pra não congelar até a morte. E Clark correu com ela pra um hospital... A levou até lá a pé.

Chloe sentou na cama, ofegando em busca de ar. “Clark!” ela sussurrou. Pegou o telefone e ligou pra ele confirmando o que acabara de lembrar.

Enquanto isso, Oliver estava tendo um sonho também, bem mais quente e incansável que o de Chloe. Ele quase a acertou quando ela sem cerimônia nenhuma o acordou, sacudindo-o.

“Mas que – o que tá acontecendo?” Ele engoliu seco, percebendo o que estava sonhando. Mesmo com sua memória, Chloe o mataria se soubesse. Ele reprimiu um pequeno sorriso – ou era mais uma risada nervosa? – e focou em se acalmar.

Chloe estava positivamente alegre. “Eu me lembro do ensino médio!”

“O que?” ele a encarou.

“Tudo até mais ou menos a colação de grau. E vagamente lembro o meu primeiro dia de aulas na MetU.”

Chloe praticamente flutuava, estava tão feliz e aliviada! Tinha se esquecido completamente do que aconteceu antes de dormir até notar o olhar nos olhos de Oliver.

Ele sentou na cama e a abraçou feliz.

“Isso é fantástico, Parceira. Você se lembra de tudo?”

Chloe concordou, se afastando um pouco dele. “Quatro anos de volta em poucas horas.”

“O que você se lembra do Clark?”

A reação automática de Chloe era mentir, mas no telefone há alguns momentos, Clark disse que Oliver sabia, e que era seguro falar disso com ele.

“Eu me lembro de tudo. Incluindo Krypton.”

O alívio imenso no rosto de Oliver aqueceu seu corpo inteiro. Ele estava genuinamente feliz por ela. A conversa com Clark tinha sido tensa. Ele confirmou tudo, mas ela podia sentir que havia uma parte dele que ele não queria que ela lembrasse. Ela só não entendia o porquê. Ele não gostava que ela soubesse de seu segredo? Ou era mais sobre o que Oliver havia dito antes – que Clark se culpava por envolvê-la nesse mundo. Lembrou-se de toda situação de risco de vida pela qual passou no ensino médio, e tinha que admitir, não parecia provável que o padrão tinha se rompido depois. Clark tinha um hábito de se culpar. Era por isso que ele parecia lamentar o fato dela lembrar? Porque não queria que ela lembrasse todas as coisas horríveis pelas quais se sentia culpado? Ela fechou os olhos banindo esse pensamento por um momento. Apenas queria ficar feliz porque tinha se lembrado.

“O que você está pensando?” Oliver perguntou.

Chloe abriu os olhos e o encontrou a observando. “Que você devia colocar uma camisa,” ela brincou.

Ele arqueou uma sobrancelha, e, mesmo sabendo que ela estava brincando, levantou pra pegar uma camiseta. Passando-a pela cabeça, ele disse, “O que você realmente tá pensando?”

Chloe deu um suspiro meio aliviado quando todos aqueles músculos sumiram de suas vistas. Era mais fácil olhar pra ele e se concentrar quando ele estava adequadamente vestido. “Estava pensando porque o Clark lamenta tanto eu lembrar o segredo dele.”

“Porque ele quer que você viva aquilo que é popularmente conhecido como ‘vida normal’, mesmo isso não sendo o que você quer.”

“Como você sabe o que eu quero?” Chloe perguntou automaticamente.

“Vamos ter que passar por isso de novo?” ele perguntou, um sorriso no canto dos lábios enquanto se endireitava na cama. “Vamos colocar dessa forma: Você lamenta ter lembrado?”

“Não.”

“Claro que não. Porque você precisa saber o que realmente está acontecendo ao seu redor. Você não gosta de andar por aí com uma venda, fingindo que não há nada mais sério no mundo do que o aquecimento global.”

Chloe concordou com a cabeça, surpresa com a precisão com a qual ele a descreveu.

Oliver não podia se conter. “Você –”

“Não, Oliver. Sinto muito. Ainda não me lembro de você. Quase nada depois do ensino médio. Mas essas memórias vão voltar, certo? Esse tanto já voltou.”

Oliver acenou positivamente. Ele tinha que acreditar nisso. Ela tinha que lembrar dele e logo. Ele a olhou agora, o jeito que os olhos dela continuavam a olhar nervosamente pra porta, como se estivesse arrependida por vir no quarto dele – por razões óbvias. Ele odiava isso. Precisava dela de volta 100%. Depois que ela foi pro quarto anteriormente, ele percebeu a verdade. Era como se um raio tivesse o atingido... Ou talvez como se fosse atingido por uma de suas flechas. Ele estava desesperado pra tê-la de volta, sua Chloe. Ela era dele. Ele sabia agora. Vinha pensando nela como dele havia muito tempo sem nem ao menos conscientemente perceber isso. Porque outro motivo era tão difícil pra ele que ela não se lembrasse dele? Todos os outros sentiam falta dela, mas ninguém estava tão chateado ou frustrado como ele.

“Chloe, sobre... hoje mais cedo.”

Chloe levantou, se aproximando da porta. “Está tudo bem. Você se deixou levar. Nós dois nos deixamos levar.”

Ele começou a se levantar também. “Isso não é –”

“Você não tem que inventar justificativas pra mim, Oliver. Está tudo bem.”

“Chloe, você por favor –”

“Boa noite, Oliver,” ela disse ao sair do quarto, fechando a porta firmemente atrás dela.

Oliver estava perdido. Era tudo que podia dizer. Ele apenas podia explicar o fato dela ter corrido dele tão rápido quanto possível assumindo que ela se arrependia do que aconteceu.

A verdadeira pergunta era se ela ainda se arrependeria caso lembrasse dele. Ela estava o afastando puramente porque sentia que não o conhecia? Ou era uma convicção mais enraizada nela de que não o queria dessa forma?

“Deus, Chloe,” ele murmurou, balançando a cabeça, desanimado. “É melhor você recuperar sua memória logo, para que a gente possa realmente conversar sobre isso.” Ele caiu na cama de novo e se preparou pra não conseguir dormir pelo resto da noite.

Notas de Tradução:

Zipline¹ - é a ‘corda’ usada na prática da tirolesa

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Um comentário:

  1. Assim Oliver volta a beber...kkkk
    Que agonia.Ela lembra de todo mundo, menos dele.

    E Chloe, mesmo com a mente de 15 anos não desperdiçou o beijo.

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