domingo, 9 de maio de 2010

Extraordinarily Ordinary, Capítulo 4

E mais uma vez postar o link, pra quem quiser ler em inglês e pra lembrar que essa fic incrível infelizmente não é minha, que eu só levo crédito pela tradução: Extraordinarily Ordinary, da BlueSuedeShoes. :D

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--4—

Os gritos de Chloe fizeram Oliver sair correndo pelo corredor à uma hora da madrugada. Seu coração disparou enquanto imaginava o número de coisas que poderiam atacá-la. Ele entrou correndo no quarto pra encontrá-lo com ninguém mais além dela. Chloe estava agitando-se violentamente na cama, semi-consciente, chorando e gritando atormentada.

Ele correu pro lado dela e quase quebrou o nariz ao tentar tirá-la do emaranhado de lençóis e abraçá-la.

“Chloe! Chloe, acorde!”

Lentamente ela parou de se debater e pareceu ter consciência de que qualquer que fosse o pesadelo que estava tendo, não era mais que isso, mas os soluços estremeciam seu corpo.

Oliver a acalmou, apertando-a forte. “Ei, está tudo bem. Está tudo bem.” Ele disse várias e várias vezes.

E então ela conseguiu falar, ainda que mal fizesse sentido entre os soluços, mas o suficiente pra Oliver entender.

“Eu fui enterrada viva.”

Choque passou por seu corpo inteiro. Que coisa mais horrível de se sonhar! Ele a abraçou ainda mais apertado e sentou na cama, puxando-a para seu colo. “Foi só um sonho, Parceira. Está tudo bem –”

Mas ela estava sacudindo a cabeça.

“Aconteceu.”

O coração dele parou.

“No ensino médio,” ela disse baixinho, o corpo lentamente começando a relaxar, mas as lágrimas ainda rolando em seu rosto. “Clark – ele me encontrou. Eu não sei c—como,” sua garganta entalou.

“Meu Deus,” Oliver murmurou, sacudindo a cabeça enquanto abraçava mais forte. Ele sabia que a habilidade de Chloe para atrair situações de risco de vida começou muito antes de ele conhecê-la, mas nunca em seus sonhos mais malucos a imaginou passando por algo tão traumatizante. Ela nenhuma vez falou disso. Não que eu a culpe, ele pensou.

Chloe ainda chorava audivelmente. Ele apenas podia imaginar o que isso tinha feita com ela quando tinha sido mais que apenas um sonho. Sentia-se positivamente nauseado com a idéia. Acariciou seu cabelo, tranquilizando-a. “Está tudo bem, Chloe. Estou aqui. Nada parecido com isso vai acontecer de novo. Eu prometo.” Ele beijou o topo da cabeça dela.

Chloe agarrou-se a ele desesperadamente, incapaz de afastar a sensação de estar presa, o conhecimento de que sua morte não apenas era iminente, mas que seria inevitavelmente lenta e dolorosa. Ela era incapaz de se convencer a ficar calma.

Depois de muito tempo o choro cessou. Ela pareceu ter acabado com o estoque de lágrimas enquanto Oliver a embalava suavemente, acariciando seu cabelo. Ela riu fracamente.

“Desculpa por ter te acordado.”

Ele revirou os olhos. “Um dia desses, Parceira, eu vou colocar na sua descrição de trabalho que você não tem permissão pra pedir desculpas. De todas as coisas absurdas pra se dizer –”

“Não consegui pensar em mais nada,” ela o parou. “pra falar, quero dizer.”

Ele riu baixinho. “Não se preocupe com isso. Ficaria acordado todas as noites da minha vida se precisasse, por você.”

Chloe percebeu suas bochechas ficando quentes, grata por estar escuro demais pra Oliver notar. Que coisa pro chefe dela falar, mesmo sendo seu amigo. Ela lentamente agarrou-se a uma suspeita de que havia claramente algo a mais no relacionamento dela com esse homem. O jeito que ele a abraçava – agarrando-a contra seu peito enquanto fazia círculos em suas costas com a mão – não parecia muito fraternal.

“Quem é você?” ela perguntou alto, frustrada com sua inabilidade em descobrir.

Oliver franziu as sobrancelhas. “Como assim?”

“Assim como quem diabos é você? Como que você veio parar na minha vida e que tipo de relacionamento confuso temos e como começou?” ela vocalizou sua confusão.

Ele riu um pouco. “Quando você descobrir isso, me conte. Eu mesmo imaginei as mesmas coisas um milhão de vezes.” Vendo que ela estava suficientemente calma, ele começou a soltá-la, assumindo que ela queria voltar a dormir, mas ela se agarrou a ele ainda mais forte.

“Por favor, não,” ela disse. Não podia admitir em voz alta, mas estava com medo de ficar sozinha depois daquele sonho. Oliver pareceu entender, ao se esticar pra jogar os lençóis sobre eles antes de envolver seus braços ao redor dela novamente.

Quando Chloe acordou na manhã seguinte, ela se sentiu desorientada, incapaz de se lembrar onde estava. Imagens passavam em sua mente, mas lentamente a lembrança do hospital e dela supostamente sendo atingida por um carro voltaram a ela.

Enquanto tudo isso voltava em sua cabeça, ela lentamente ficou consciente que não estava sozinha.

Oliver Queen, em toda sua glória sem camisa, estava deitado por baixo dela, os braços ao seu redor exatamente como estavam na noite anterior. De alguma forma, eles saíram de suas posições corretas e agora ela deitava com a cabeça no peito dele.

A lembrança do pesadelo voltou e ela lutou contra um tremor. Durante a noite, ela estava inexpressivamente grata por Oliver ficar com ela. Agora que seus pensamentos estavam mais claros, no entanto, estava sem graça. Estava desconfortavelmente consciente de que talvez ele a conhecesse, mas ela ainda não sabia realmente nada sobre ele. Acordar em seus braços parecia íntimo demais considerando a perspectiva dela, ela só o conhecia há alguns dias. Não tinha certeza de como lidar com a situação, então cuidadosamente saiu de cima dele sem o acordar e foi tomar um banho.

Foi o som de alguém abrindo o chuveiro que acordou Oliver. Inicialmente ele se perguntou como parou no quarto de hóspedes até que se lembrou de Chloe e seu pesadelo. Baniu o pensamento de sua mente. A idéia de Chloe enterrada viva era mais do que ele podia lidar. Não havia nada que ele pudesse fazer agora, mas havia em si um desejo insano de fazer alguma coisa, resgatá-la de um incidente que aconteceu há anos atrás. Estou ficando louco, ele pensou exausto.

Enquanto se sentava ele tinha que admitir que a situação era estranha. Já se passara muito tempo desde que ele passou a noite com uma mulher, e isso não era exatamente o padrão desse tipo de situação. Ele olhou pra porta fechada do banheiro e subitamente teve que parar de pensar na imagem de Chloe no chuveiro.

“É,” ele rosnou com desdém, “Eu definitivamente deveria dar o fora daqui.” Ele deu um impulso pra sair da cama dela e foi pra cozinha.

No chuveiro, Chloe descobriu que seu cérebro simplesmente não desligava. Determinadamente, recontou cada coisa que tinha lembrado no dia anterior, categorizando-as. A lista de respostas era pequena e concisa. A lista de perguntas era interminável e absolutamente impossível de passar por toda ela.

A lista de circunstâncias suspeitas e supostos segredos estava crescendo desenfreadamente. Ela tinha a forte impressão de que havia algo bem incomum no relacionamento dela com Oliver Queen. Além disso, ele definitivamente estava escondendo algo essencial dela. Bart Allen trabalhando e sendo tão informal com ele não fazia nenhum sentindo. Algo estava evidentemente errado com ela e Clark. Clark definitivamente estava escondendo alguma coisa – não que ela tivesse a menor idéia do que poderia ser ou se era ou não a mesma coisa que Oliver escondia. Lois estava vivendo a vida de Chloe pra ela, e Chloe não fazia idéia de como isso aconteceu.

E não parava por aí. A cabeça dela doía com o esforço de tentar lembrar o que acontecia na vida dela.

Quando ela saiu – totalmente seca, totalmente vestida, e totalmente temendo outro dia de confusão e ambigüidade – encontrou Oliver meditando.

Ela estava prestes a se virar, não querendo interromper o que claramente requeria muita concentração, mas ele falou antes que ela pudesse.

“Tem café da manhã na mesa pra você se quiser,” ele disse sem se mover. Como ele sequer notou que ela tinha entrado na sala, ela não fazia idéia. Sua língua ainda estava grudada ao céu da boca porque ele estava sem camisa.

Ela deu uma olhada rápida e viu um prato de panquecas de mirtilo. “Você comeu?”

“Sim.”

“Ah.”

Oliver abriu um olho pra olhar pra ela imperceptivelmente. Ela parecia desconfortável. Ele não podia culpá-la. Provavelmente ela estava bem mais sem graça em relação à noite passada do que ele. Pra ela tinha sido como dividir a cama com um estranho. Pra ele tinha sido estranho, mas nada pra ficar remoendo. Ele levantou e andou para se juntar a ela. Ela parecia querer companhia, e ele ainda estava preocupado com como ela se sentia depois de se lembrar daquilo.

“Como está se sentindo?” ele perguntou, pegando um pouco de suco de laranja e sentando enquanto ela pegava as panquecas, indiferente.

“Estranha,” ela disse sinceramente.

“Justo. Tem certeza que está bem depois –”

“Não quero falar disso.”

“Sem problema. Você ao menos dormiu direito depois daquilo?”

Chloe acenou que sim, as bochechas vermelhas.

“Falei pro Bart trazer alguns jornais velhos pra você. Achamos que talvez te ajude.”

O rosto de Chloe se iluminou. “É? Quando ele vai passar aqui?”

“Ele já veio.”

O rosto desmoronou. “Ah.” Então ela franziu as sobrancelhas. “Quando? Não achei que tinha ficado no banho tanto tempo assim.”

“Bart é extremamente eficiente. Por isso o contratei,” Oliver se esquivou.

“Porque você me contratou?” ela perguntou de repente.

Oliver a olhou com surpresa.

“Sério. O que eu realmente faço?”

Oliver olhou pra ela por um longo minuto. Ele nunca teve que dar explicações por contratar Chloe antes. Não era necessária uma explicação. “Você é extremamente habilidosa com computadores. Eu ainda tenho que te pedir alguma informação que você não consiga. Você é incrivelmente organizada, trabalha excepcionalmente bem sob pressão, trabalha realmente bem com os outros e – bem francamente – todo mundo ama você.”

Chloe parecia atônita. “Uau.” Ela parou. “Obrigada.”

Ele deu de ombros. “São apenas fatos. Sinceramente, me sinto mal por não ter dito isso a você diariamente. Eu realmente devia.”

“Mas o que eu faço?” ela perguntou novamente, não querendo ser desviada do ponto crucial.

Ele parecia cauteloso. “Eu te disse antes.”

Ela encarou. “Não tente insistir nessa coisa de assistente pessoal. Mesmo que seja essencialmente verdade, não me diz nada.”

Oliver suspirou pesadamente. “Posso tentar explicar, mas esteja ciente de que essa é uma daquelas vezes que não posso te contar tudo.”

“Porque não?” Chloe interrompeu. “É meu trabalho. O que tem de tão secreto nisso?”

“Você não tem idéia do tanto que essa pergunta é irônica. Olha, você não acreditaria na verdade se eu te dissesse. Apenas confie em mim.”

Chloe se sentiu perdendo a paciência. “Porque eu deveria confiar em você? Eu nem te conheço!” Ela se arrependeu das palavras quase instantaneamente quando um olhar torturado passou pelo rosto dele, mas insistiu consigo mesma que isso era verdade.

Oliver levantou da mesa, não querendo olhar pra ela. “Não, Parceira. Você me conhece. Melhor que ninguém, na verdade. Você apenas não se lembra de mim.”

“É a mesma coisa!”

“Não é!” ele retrucou, consciente em algum lugar de sua mente que não tinha direito de perder a cabeça com ela.

“Do modo que vejo é sim,” ela respondeu de volta, em igual volume.

“Bom, do modo que eu vejo não é! Você me conhece, Chloe. E eu te conheço! Provavelmente melhor que Lois ou Clark a essa altura!”

Chloe parecia em choque.

“Então faça um favor pra si mesma e tenha um pouco de fé em mim, está bem? Pelo menos uma vez na vida, você realmente vai ter que confiar em alguém. Eu sei como isso é difícil pra você, mas faça.”

Chloe não sabia como responder. “Eu—” ela balbuciou, “Me desculpa.”

Uma folha podia ter derrubado Oliver, ele estava tão surpreso! A Chloe que ele conhecia nunca o deixaria sair ileso dessa, ainda mais pedir desculpas. “Espera... que?” ele parecia aturdido.

Chloe olhou para as panquecas agora na temperatura ambiente tristemente. “Você está certo. Você não me deu nenhuma razão pra não confiar em você. E sei que Lois nunca iria sugerir que eu ficasse com você se ela não confiasse em você implicitamente. Só estou realmente perdida. Um enorme pedaço da minha vida sumiu,” ela olhou pra ele, suplicante.

A boca de Oliver abriu. “Você acabou de me dizer que estou certo?”

Ela o encarou.

“Você nunca faz isso.”

Ela não sabia o que dizer.

“Uau.” Ele parou. “Eu – eu sinto muito por ter descontado em você. Sei que está passando por maus bocados. Só estou frustrado porque –” ele hesitou, “—porque sinto sua falta, sei lá.” Ele olhou pro relógio. “Tenho que ir. Bart vai voltar daqui a pouco com companhia. Eles cuidarão de você durante o dia.”

Quando ele voltou momentos depois, estava vestido pra uma reunião de negócios e segurando duas gravatas. “O que você acha?” ele perguntou alegremente, mostrando-as e tentando esquecer que tinha sido bem rude com ela.

Ela aceitou o ‘salva-vidas’ prontamente, mas não gostou de nenhuma das gravatas. “Você não tem nada verde?” perguntou. “Sinto que essa cor combinaria mais com você.”

Oliver pressionou os lábios um contra o outro, tentando não rir. Mal posso esperar ela se lembrar de tudo para eu poder sacaneá-la por isso. Ele foi pegar sua única gravata verde, uma verde oliva suave. Ele deu um nó horrível, e Chloe riu dele.

“Você não é muito bom nisso, não é?”

Ele deu de ombros, rindo. “Me acostumei a você arrumar pra mim, eu acho. Quer fazer as honras?” ele perguntou, desistindo do nó mal feito.

“Eu nunca dei nó numa gravata,” Chloe disse estranhamente.

“Ah,” ele disse. Meus parabéns, ele pensou, notando que ela parecia agitada novamente enquanto arrumava sozinho, prestando mais atenção dessa vez. Ele estava a caminho da porta quando parou, virando-se pra ela. “Você deve ficar bem com Bart e os outros, mas me ligue se precisar de qualquer coisa. Está bem? Não importa o que seja. Apenas ligue.”

Ela concordou mansamente.

“E – bom, tenha cuidado.”

Chloe olhou pra cima, mas ele já tinha ido. Que coisa mais estranha pra se dizer.

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7 comentários:

  1. Que meigo! Quero mais!!!!

    E quero um Olliver pra mim!!! [:(]

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  2. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    to adorando essa fic!!!!!!!!!1

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  3. quero +++ !
    parabéns pela tradução ^^

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  4. ahhh, acho que todas nós queremos um Oliver pra gente. hahahahah. Obrigada a todas pelos comentários ;D

    Eu to adiantando umas traduções porque a greve da faculdade acabou, então eu volto a não ter muito tempo pra isso, mas acho que dá pra continuar com dois caps por semana e tudo mais ;D

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  5. Oliver....AAAAAAAAAAAAAAh!

    Será que se começar a pedir agora ganho um de natal?

    Nem ligaria de ter um pesadelo se acordasse nos braços de alguém tipo Oliver.

    Adoro essa química entre eles, mesmo ela desmemoriada.

    Nossa, ficaria horas lendo.

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