quarta-feira, 26 de maio de 2010

Extraordinarily Ordinary, Capítulo 8

Extraordinarily Ordinary é uma fic da BlueSuedeShoes ;D

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--8—

Na manha seguinte Oliver imitou Chloe e fingiu que nada tinha acontecido na noite anterior a não ser a volta da memória dela. Ele entrou na cozinha e a encontrou já acordada. Ela estava debruçada sobre os jornais que Bart tinha deixado, alternando entre eles várias vezes, e – ele notou com interesse – constantemente voltando ao retrato-falado do Arqueiro Verde.

“Lembrou de mais alguma coisa?” ele perguntou casualmente, tentando não denunciar seu desespero.

Ela balançou a cabeça negativamente, sem tirar os olhos do jornal. “O Clark é o Borrão?”

“Sim.”

Aí sim ela tirou os olhos do jornal. “Sério?”

Oliver confirmou, pegando uma caixa de cereal. “Quer alguma coisa?”

“Não, obrigada. Quando ele se tornou o Borrão?”

“Uns dois anos atrás.”

“Uau.” Ela voltou para o jornal. Depois, passado um momento, ela pareceu se preparar pra algo. “O que você sabe sobre o Arqueiro verde?” Chloe suspeitou que talvez o fato dela saber da identidade de Clark era a razão do Arqueiro Verde dizer que a conhecia. Ela devia o ter conhecido através do Clark. E se Oliver sabia sobre Clark, então havia uma grande chance dele conhecer esse segundo herói também. Ela planejou perguntar a mesma coisa pra Clark quando ele ligasse mais tarde.

“Porque você pergunta? Lembrou de alguma coisa sobre ele?” ele perguntou se sentindo um pouco idiota. Era bizarro fingir pra Chloe que ele não era o Arqueiro Verde.

“Não, eu só... só estou curiosa. Tenho uma sensação estranha que me diz que eu devo conhecê-lo.” Ela cuidadosamente pulou a parte em que ela encontrou esse homem misterioso na noite anterior.

Oliver a olhou agudamente, irritado com a falta de sinceridade dela. “Ah?”

Ela deu de ombros. “Sim. Mas sei lá. Deve ser porque eu aparentemente escrevi um ou dois artigos sobre ele. Tanto faz.”

Oliver sorriu amargo pra si mesmo. Ela era boa. Qualquer outro que não ele teria acreditado nisso facilmente.

Chloe olhou pra Oliver, dessa vez pensativa. “Pergunta.”

“Qual?”

“Porque e como você sabe sobre o Clark?”

Oliver não estava preparado pra essa, embora devesse estar. Ele conseguiu um pouco mais de tempo colocando um pouco de cereal na boca. Depois de engolir, respondeu cuidadosamente. “Bom, o cara não exatamente usa uma máscara. Enfim, eu e ele ajudamos um ao outro numas enrascadas aqui e ali.”

Chloe mordeu a língua, seus olhos parecendo procurar os de Oliver. Ele via que ela estava tentando obter mais informações dele, determinar se havia mais informações.

“Então Clark e Lois voltam em dois dias, e você tem uma consulta com o médico amanhã. Está basicamente livre hoje. O que quer fazer?” ele perguntou, mudando de assunto pra evitar as águas perigosas e turbulentas do anterior.

“O que você vai fazer?”

Ele deu de ombros. “Não tenho nenhuma reunião hoje, só um evento à noite.”

“Ah.” Ela se sentiu culpada por secretamente ter esperanças de que ele ficasse ausente como no dia anterior. Ela estava quase que com medo de ficar sozinha com ele.

“Então...” ele a encorajou.

“Umm... Não sei. O que eu faço pra me divertir?”

Ele olhou pra cima, surpreso com a pergunta. “Ehhh...”

Chloe se lembrou do que Dinah disse no outro dia sobre ser anti-social. “Eu sou tão reclusa assim?” ela disse cansadamente.

Oliver a olhou compreensivo, mas não respondeu.

“O que aconteceu? Todo mundo me diz que eu passei por muita coisa. O que foi tão desolador assim? E não me diga que não pode me contar!” ela o cortou, vendo as palavras já se formando nos lábios dele.

Oliver fechou a boca e olhou pra baixo. Fazendo um barulho frustrado, Chloe levantou e saiu da mesa.

“Onde você vai?” ele perguntou.

“Vou tirar esse pijama e colocar outra roupa, Oliver. E depois vou ligar pra Lois e perguntar quais filmes eu vi nos últimos anos que eu tenha gostado. E depois eu vou assisti-los na sua TV.”

Oliver riu, balançando a cabeça. “Ah, Chloe,” ele murmurou. Mas aí ele ficou sério. Como Chloe reagiria se lembrasse de Brainiac e Davis e Jimmy e todas as coisas que aconteceram nos últimos anos? Ele não achava que podia suportar ver a dor nos olhos dela de novo. Era isso que o tinha feito fugir, afundando-se no álcool e se escondendo dela mais do que de qualquer outra pessoa. Ela seria capaz de perdoá-lo mais uma vez pelo papel dele na tragédia dela? Isso o surpreendera já na primeira vez.

Talvez Clark tenha um pouco de razão, ele pensou amargamente. Talvez Chloe esteja melhor não se lembrando de tudo isso... não se lembrando de mim.

Ele levantou da cadeira, pegando a tigela do cereal e o prato de Chloe. Deu uma olhada no último e percebeu que ela encontrou as panquecas de mirtilo do dia anterior no freezer e as esquentou. Um pequeno sorriso apareceu em seu rosto.

Chloe ficou em casa e assistiu filmes a manhã inteira. Oliver, enquanto isso, estava pesquisando sobre a Chequemate e algumas das novas informações da LJ sobre essa organização. Sua cabeça estava começando a doer ao revisar arquivo após arquivo, tentando descobrir do que essas pessoas realmente estavam atrás. O que eles queriam com heróis? Porque eles seqüestraram Chloe?

Chloe. Isso era trabalho dela, não dele. Era ela que sempre juntava as peças do quebra-cabeça. Victor podia quebrar um galho na próxima missão como Torre de Vigilância, mas a verdade era que eles precisavam dela de volta.

Ele olhou pro canto do sofá em que ela estava sentada. Pensou como seria se ela nunca recuperasse totalmente a memória. Sem dúvidas ela descobriria sobre o Arqueiro Verde novamente. Já tinha feito isso uma vez, não tinha? Ele viu o olhar no rosto dela durante o café. Ela estava determinada a resolver esse mistério. Ele suspeitava que ela talvez já pensasse que Oliver estava de alguma forma envolvido. Não lamentaria quando ela descobrisse. Seria bom restaurar pelo menos essa parte do relacionamento deles. E talvez ele pudesse convencê-la a voltar pro seu trabalho. Ela recuperaria as habilidades com o computador mesmo sem a memória? Era discutível, mas duvidoso. Porém, ela podia reaprender. Victor poderia ajudá-la. Talvez eles pudessem ter a Torre de Vigilância de volta sem ela ter que sofrer a dor do Apocalipse toda de novo.

Ele balançou a cabeça. Isso não era justo. Não era ele que dizia pra ela que queria que recuperasse todas as lembranças, não importa quão sombrias fossem? Ela tinha ficado grata a ele por isso, chateada com o fato de Clark querer o contrário.

A percepção de que ele estava começando a pensar como Clark o incomodou, e ele se afastou da mesa, admitindo que não faria nenhum progresso com Chequemate. Ao menos não naquele momento.

Olhou pra Chloe novamente. “Vou sair por um minutinho,” ele disse a ela. “Você está bem? Precisa de alguma coisa?”

Chloe tirou os olhos da TV. “Não, estou bem.”

Oliver pegou sua jaqueta de couro preta e saiu do apartamento, os olhos de Chloe o seguindo enquanto o fazia, se perguntando onde ele estava indo.

Chloe suspirou quando a porta do elevador se fechou, e ela afundou no sofá. Isso era... estranho. Tudo ao redor dela era estranho. Estava tão feliz por lembrar de Clark e sua vida dupla. Tantas peças se encaixaram quando ela se lembrou do ensino médio, e ainda assim tantos outros mistérios permaneciam, a maioria deles envolvendo Oliver.

Ela levantou pra ver o que ele estava fazendo no computador, o coração batendo acelerado como sempre fazia quando ela metia o nariz onde não era chamada.

Mas a maioria dos arquivos estava encriptada, e ela não achava que tinha tempo pra quebrar os códigos antes de Oliver voltar. Nem tinha certeza se era capaz. Ela era uma hacker decente, mas isso parecia avançado demais pra ela. Tudo que conseguiu descobrir foi que a maioria dos arquivos tinha alguma coisa a ver com algo chamado Chequemate.

De repente Chloe teve uma visão de um homem mais velho, morrendo na frente dela, sua última palavra “Cheque.”

Mas tão logo que veio, logo sumiu, como água escorrendo entre seus dedos, e ela não conseguia se lembrar mais.

Ela balançou a cabeça. O que era Chequemate e porque Oliver pesquisava tanto sobre isso? Achou que talvez fosse relacionado à empresa, mas quando ela pegou seu próprio computador pra pesquisar isso no Google, o resultado era virtualmente infrutífero.

“Chequemate... a palavra dançou em seus lábios com uma familiaridade desconcertante. Finalmente, porém, depois de não lembrar nada, ela desistiu. Fechando o computador, ela notou o barulho do elevador se movendo, o que queria dizer que Oliver estava voltando. Ela correu pela sala e deitou de volta no sofá, como se nunca tivesse se movido. Ela queria voltar um pouco o filme, mas não queria correr o risco dele notar alguma coisa.

Bem feito, ela pensou irritada consigo mesma. Não descobriu nada.

Oliver entrou na sala com dois cafés na mão e a primeira coisa que notou foi que seu laptop estava novamente aberto. Ele arqueou uma sobrancelha com deleite enquanto olhava pra Chloe. Por um momento ele pensou se devia ou não falar com ela sobre ela ter espiado, como ela reagiria se ele fizesse isso, mas ele decidiu não fazer. Apenas o fato dela estar espiando – o investigando, basicamente – era um sinal promissor de que ela estava voltando a ser uma Chloe com a qual ele estava mais familiarizado. Ele se perguntou se ela descobriu alguma coisa útil.

Se permitindo dar uma risada baixinha, ele andou até ela e entregou o café que trouxe pra ela.

Ela parecia surpresa. “Obrigada”

“De nada,” ele disse, sentando ao lado dela. Ele não tinha tirado a jaqueta e Chloe involuntariamente inspirou o cheiro de couro novamente.

“Você cheira bem,” ela disse aleatoriamente.

Ele riu. “Obrigado?”

Ela riu também. “Desculpa. Eu não sei. Por alguma razão eu gosto do cheiro de couro.”

As sobrancelhas de Oliver se ergueram, arqueadas, mas ela não notou, os olhos grudados na tela da TV naquele momento. Finalmente, aceitando que isso era tudo que ela iria dizer sobre o assunto, ele se virou pra TV também. “O que você está vendo?”

“O filme do Anjo Guerreiro que Lois diz que teve uma parte filmada na fazenda Kent. Na verdade não é inteiramente ruim. Bem do tipo Blockbuster, mas bom.” Ela deu um gole no café. “Lois disse que gosto muito de filmes de super-heróis,” ela acrescentou, uma das sobrancelhas se erguendo levemente. “Sem dúvida uma consequência de ser amiga de Clark Kent,” disse.

Oliver concordou com um aceno de cabeça. “Provavelmente.” Ele não sabia isso sobre ela. Não tinha idéia de que tipos de filme ela gostava ou não.

Depois de um tempo Chloe falou de novo, os olhos nunca deixando o filme. “Para com isso.”

“O que?” ele perguntou sorrindo.

“Me assistir assistindo o filme. É desconcertante e muito irritante.”

“Aw,” ele provocou. “Porque? É tão divertido.”

“É estranho. Pare.”

Sorrindo, ele relutantemente tirou os olhos dela e olhou pra TV. “Tá bem, tá bem.”

Quando o filme acabou Chloe se virou pra ele. “Que horas é a consulta com o médico amanhã?”

“Não antes da tarde. 12:30, eu acho.”

“Obrigada.” Ela levantou do sofá e foi jogar fora o copo agora vazio de café. “Obrigada pelo café, por falar nisso.”

“De nada.” Oliver a observou e então se preparou. “O que você acha de sair essa noite?”

Ela olhou pra cima, surpresa. “O que?”

“Eu tenho aquele... evento que te falei. Você quer ir? Você não tem que ir,” ele acrescentou rapidamente. “Com certeza posso encontrar outra pessoa,” ele xingou mentalmente ao perceber o quão estúpido isso soava em voz alta, “mas achei que talvez você gostaria de sair à noite.”

Chloe o olhou com cautela. “Que tipo de evento?”

“Não é grande coisa.”

Ela arqueou uma sobrancelha pra ele com suspeita.

“Baile de Caridade,” ele admitiu.

Chloe fechou os olhos, pensando. Por um lado, era uma oferta muito tentadora. Por outro, era uma idéia muito ruim ir a algo que parecia um encontro com Oliver. Ela mordeu o lábio.

Mas novamente, ela se perguntou, porque é uma idéia tão ruim? Quero dizer, doeria tanto assim fazer isso? Talvez eu estava errada sobre a noite passada. Não sei. Ainda parece estranho que ele pense em mim dessa forma… mas ele está convidando, não está? Não posso ter certeza de que irei sequer recuperar minha memória completamente – apesar de que a noite passada certamente me deu motivos pra ter esperança – mas mesmo assim, talvez eu devesse tentar conhecê-lo de verdade. Todo mundo insiste que somos tão bons amigos...

“Porque não?” ela disse em voz alta. “Mas devo dizer que não acho que vi uma roupa formal entre as que Clark trouxe pra mim,” ela acrescentou.

“Sem problemas. Comprarei alguma coisa pra você.”

Chloe pareceu surpresa. “Nem pensar.”

“Mas você disse—”

“Não vou deixar que você compre um vestido pra mim.”

Oliver revirou os olhos. “Porque não?”

“Porque—” ela se atrapalhou com as palavras, “porque é inapropriado e... e—”

“Você não tem nenhuma razão válida, não é?”

“Não. Mas ainda assim eu não quero que você faça isso. E se eu fosse com Dinah no Talon pra escolher alguma coisa minha?” Chloe estava surpresa com a própria genialidade. Seria uma oportunidade perfeita pra procurar no Talon algum vestígio de seu passado mais recente

Oliver parecia cauteloso. “Você levará Dinah com você?”

“Claro.”

Ele coçou a parte de trás da cabeça. O que podia fazer? Não era como se ela fosse sua prisioneira ou algo assim. Ela era livre pra ir se quisesse. Ela estará segura com a Canário, ele acrescentou pra si mesmo. “Sim, claro. Porque não?”

E foi assim que Chloe acabou no Talon, ajudando Dinah a fazer uma busca em seu closet.

... ou, mais precisamente, Dinah estava fazendo uma busca no closet de Chloe enquanto ela imperceptivelmente explorava as mudanças no lugar, comparando ao que lembrava. A falta de fotos a surpreendeu. Ela sempre gostou de ter vários porta-retratos espalhados no ensino médio. Não havia nenhuma a ser encontrada agora. Ela tinha a estranha impressão de que elas foram guardadas por alguma razão desconhecida – como se ela não quisesse olhar pra elas.

Ótimo, ela pensou, agora estou guardando segredos até de mim mesma.

“E esse?” Dinah interrompeu seus pensamentos, segurando um vestido rosa brilhante.

“Definitivamente não,” Chloe fez uma careta. Era o vestido que ela usou no baile de recepção com Clark.

Dinah pendurou o vestido novamente. “É, rosa realmente não combina muito a ver com você, não é? Muito Barbie.”

Chloe riu. “Que cor você acha que devo usar?”

Dinah arqueou uma sobrancelha pra ela, os olhos dançando. “Definitivamente verde. Vamos ver se –”

As palavras de Dinah foram interrompidas por alguém arrombando a porta.

“O que –” Alguém agarrou Chloe por trás, e o instinto a dominou enquanto ela se debatia contra o assaltante, quase conseguindo se soltar antes de uma segunda pessoa se juntar à briga.

“Chloe, tape os ouvidos!” Dinah gritou e Chloe deu uma olhada a tempo de vê-la começar a gritar, um grito sobrenatural preenchendo o lugar. As mãos de Chloe foram pros ouvidos instantaneamente, tentando bloquear o som. O que diabos estava acontecendo? De repente o barulho que fez os dois agressores caírem de joelhos foi abruptamente interrompido quando um terceiro homem se lançou na direção de Dinah, jogando uma espécie estranha de líquido que parecia uma cola na boca dela. Dinah tentou tirar aquele treco do rosto dela, mas não teve chance quando o agressor deu um golpe que a derrubou.

A última coisa que Chloe viu foi Dinah lutando com o agressor antes de Chloe sentir uma picada no pescoço. Numa questão de instantes tudo ficou preto.


Vinte minutos depois, Oliver pegou o celular e viu o nome Dinah Lance na tela. Ele atendeu, mas antes que ele pudesse dizer alguma coisa, Dinah falou freneticamente.

“Oliver, eu perdi Chloe.”

“Você o QUE?”

próximo

5 comentários:

  1. ai que ódio, essa fic tah parecendo SV, eu quero o resto kkkkkkkkk

    Lêh

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  2. Por favor não demora a colocar a proxima, isso esta ficando cada vez mais emocionante. Estão otimas!!!

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  3. o que foi issoooo!
    eu quero o resto [2]!!

    ^^

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  4. kkkkkkkkkkkkk.
    e a fic tá acabando já, faltam 3 capítulos. Eu vou tentar (com o tentar em destaque), postar os três semana que vem. ;D

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  5. Essa fic é muito legal.

    Eu fico lendo, mas de olho pra ver se está acabando, ai vou lendo mais devagar.

    Oliver vai querer arrancar a cabeça da Dinah?hihi
    Não, mas eu gosto dela, to brincando.

    O vestido que ela usou no baile era tão bonito, não é roooosa rosa.


    E adorei essa parte..“Para com isso.”

    “O que?” ele perguntou sorrindo.

    “Me assistir assistindo o filme. É desconcertante e muito irritante.”

    “Aw,” ele provocou. “Porque? É tão divertido.”

    “É estranho. Pare.”

    Imaginei tão bem que parecia que os dois estavam na minha frente.

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