segunda-feira, 17 de maio de 2010

Extraordinarily Ordinary, Capítulo 6

 

O sexto capítulo. Eu particularmente gosto muito desse, acho que deve ser porque o Green Arrow aparece.
Boa leitura ;D

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--6—

Oliver estava… confuso. Aliviado, mas confuso.

Ele estava aliviado porque a LJ trouxe Chloe de volta inteira, e eles pareciam ter se divertido.

Ele estava confuso porque Chloe estava cuidadosa e determinadamente evitando contato visual com ele. Ela também aparentava estar num permanente estado de embaraço, o rosto intensamente ruborizado. Era muito fofo, mas muito desconcertante porque ele não sabia o motivo, apenas que era diretamente relacionado a ele. Ela estava normal com os outros.

Ficou desapontado em ouvir que ela não tinha reconhecido mais ninguém. Ontem parecia que as lembranças estavam voltando constantemente. Hoje, pelo que ela havia dito, nada tinha voltado. Ele estava preocupado com a possibilidade de que depois do pesadelo na noite anterior ela estava com medo de se lembrar de outras coisas, que ela pudesse estar reprimindo memórias agora.

Com esses pensamentos voando em sua cabeça, Oliver observou Chloe do outro lado da sala. Ela estava rindo animada por algo que Bart acabara de sussurrar em seu ouvido. Ele parecia satisfeito consigo mesmo.

Ele estava com ciúmes de Bart. Isso era evidente até pra ele. Como poderia não estar? Ela podia não se lembrar de tudo sobre Bart, mas ao menos o conhecia. Não havia nada mais enlouquecedor do que a falta de reconhecimento nos olhos dela quando olhava pra Oliver.

Quando ela olha pra mim, ele se lembrou, sua mente remoendo o fato de que ela se recusava a fazer isso. Estava tão imerso em tentar solucionar esse enigma que pulou quando Dinah se dirigiu a ele.

“Quando os jornalistas intrépidos retornam?” ela perguntou casualmente, seguindo a direção do olhar dele até Chloe.

“Daqui a alguns dias.”

“Suponho que Chloe ficará com Lois ou Clark quando eles voltarem?”

“Provavelmente. Se ela não voltar a si até lá,” ele acrescentou sem muita convicção.

“Como foi a noite passada?” ela perguntou, virando-se pra ele preocupada.

Oliver fechou os olhos, exausto.

“Tão ruim assim?” ela perguntou solidária.

“Você sabia que Chloe já foi enterrada viva?”

As mãos de Dinah voaram pra sua boca e seus olhos horrorizados desviaram-se pra Chloe. “Ai meu Deus.”

“É,” Oliver disse através dos dentes cerrados. “Ela teve um pesadelo com isso na noite passada. A deixou bastante abalada.”

“Eu imagino,” Dinah disse. “Quando foi isso?”

“No ensino médio. Clark a salvou mas ela não se lembra como.”

Dinah concordou. “A vida certamente gosta de escolher essa mulher, não é?”

“Aparentemente.” Daí ele olhou pra Dinah agudamente, pensando em algo. “Ela se lembrou de alguma coisa sobre mim hoje?”

“Não que ela tenha me dito. Porque?”

“Tem certeza?”

“Bastante.”

“Ela está agindo de forma estranha. Não olha pra mim.” Seus olhos voltaram pra Chloe, que agora estava imersa numa conversa com Victor.

“Ah?” Dinah perguntou, diversão em sua voz.

“É.”

“Bom, ela tem a mente de uma garota de quinze anos agora, essencialmente,” Dinah sorriu, racionalizando o comportamento de Chloe.

“Como assim?”

“Pense, Ollie. O que queria dizer no ensino médio quando uma garota não olhava você nos olhos?”

Oliver a olhou confuso.

“Uau, você é obtuso,” Dinah riu, indo pegar uma bebida. “Ou talvez você nunca notou as tímidas. Eu acho que isso também é bem provável.”

Chloe ergueu os olhos em tempo de ver Oliver olhando pra Dinah parecendo confuso. Os olhos dele então se voltaram pra ela antes que pudesse desviar o olhar. O rosto de Chloe ficou quente e imediatamente se voltou pra Victor, que a atualizava sobre os avanços da tecnologia. Ela começava a se perguntar por que alguém precisaria de suas teóricas habilidades informáticas se tinha Victor por perto. Ela sorriu com seu entusiasmo.

Ao perceber que os outros iriam embora em breve, Chloe fingiu estar com sono e se retirou pra cama mais cedo. Era um jeito de evitar ficar sozinha com Oliver. Ela sabia que era irracional e que ela teria que encará-lo pela manhã, mas naquele momento precisava ficar sozinha pra descobrir como se sentia em relação ao que Dinah havia dito.

Antes que ela tivesse a oportunidade de fazer isso, seu celular tocou. Sorriu quando a tela mostrou o nome de Lois.

“Ei, Lois! Como está o México?”

“Quente. E a água é terrível. Mas apesar disso Clark e eu estamos nos divertindo. Estou ligando pra falar sobre você, no entanto. Como você está? A memória já voltou? Oliver está te tratando direito?”

“Estou bem. Minha memória não voltou totalmente, mas me lembrei de algumas coisas ontem, nem tantas hoje.”

Lois não falhou em notar como Chloe evitou a última pergunta. “E Oliver? Você está bem ficando aí com ele?”

“Ele é ok. Está tudo ok. Eu não sei. É apenas estranho.”

“Sinto muito, prima. Prometo te resgatar quando voltar. Eu sei que ele pode ser um pouco besta as vezes. Diga a ele que eu disse pra ele se comportar com você.”

“Ele tem sido ótimo, Lo,” Chloe tentou assegurar sua prima.

“Sim, sim. Ele ao menos fez as panquecas de mirtilo pra você como eu falei?”

“S – sim,” Chloe respondeu surpresa.

“Bom. Elas não são as melhores? Garanto que você não esperava que ele tivesse algum tipo de habilidade culinária, não é?”

“Não, acho que não,” Chloe disse, pensando nas panquecas que ela mal tocou naquela manhã com desânimo. Ela esperava não ter ferido os sentimentos dele.

“Bem, não se preocupe muito, Chloe. Sua memória vai voltar ao normal, e você e Oliver poderão rir disso depois.”

“Lois?”

“Que?”

“O que eu faço pro Oliver?”

“Como que eu iria saber? Você nunca fala disso. Você apenas diz que faz muita pesquisa e que lida com a imprensa pra ele.”

O coração de Chloe afundou ao perceber que aparentemente ela mantinha segredo sobre seu trabalho com Lois. Ótimo. Porque eu esconderia isso logo dela? E o que diabos havia pra esconder?

“Bom, escuta, Chloe. Tenho que ir. Taxas de DDI e tudo mais, mas eu queria me certificar que você estava bem. Me ligue se precisar de qualquer coisa. Clark disse que ligará pra você amanhã. Ele está ocupado agora.”

“O – Ok.”

“Amo você, prima.”

“Também amo você, Lo. Se cuida.”

Ela desligou com um suspiro exausto. O que estava acontecendo afinal de contas? Ela queria marchar até a sala e exigir saber o motivo de tanto segredo. Era enlouquecedor;

Chloe tentou dormir. Ela sinceramente tentou, mas o sono simplesmente não vinha. Ela se agitou e revirou na cama, pensamentos sobre Oliver perturbando-a junto com sua confusão em relação ao Clark. Não ajudava que ela estava inconscientemente com medo de dormir novamente.

Finalmente, incapaz de ficar no quarto por mais um instante sequer sem perder a cabeça, Chloe saiu da cama. Colocou suas roupas e silenciosamente deixou o quarto. O apartamento estava escuro e Oliver evidentemente dormindo. Ela pegou seu casaco e saiu, desejando que o elevador fosse menos barulhento. Ela não estava fugindo, tecnicamente. Apenas precisava sair, tomar um ar fresco e clarear a cabeça. Ela se sentia presa, encurralada.

Chloe decidiu ficar na mesma rua do apartamento de Oliver, sob a segurança de postes com luzes brilhantes. Ela não estava tentando ser irresponsável ou insensata, apenas tinha que sair daquele apartamento. Tudo ali gritava pedindo reconhecimento, mas ela não conseguiu nada.

No fim da rua ela se sentou num banco debaixo de um poste e olhou pro céu. Ela não podia ver as estrelas, mas a lua estava lá. Ela olhou pra lua, pensando no quão velha ela ficou desde a última vez em que olhou pra ela. Não havia ninguém por perto, mas ao longe ela ouviu um som de uma moto.

Então, de uma vez, sem perceber que era exatamente o que precisava, Chloe começou a chorar.

“Porque eu?” ela exigiu saber de ninguém, os soluços aumentando e mais auto-piedosos. Ela se abraçou, desejando lembrar, mas nada voltou. Era como ter o botão mute pressionado no cérebro. Um vazio gigante parecia tomar conta dela e ela temia que ele nunca fosse embora totalmente.

“Um pouco tarde pra assistir o por do sol, não é?” Chloe quase gritou de susto quando ouviu a voz grossa atrás dela. Ela se virou freneticamente pra ver o homem que ela observou no retrato-falado naquela manhã. Ele parecia bravo. Instintivamente ela levantou e se afastou dele. “Se importa em me explicar o que está fazendo aqui?”

Com o coração martelando no peito, Chloe olhou nervosamente ao redor. “Não vejo porque tenho que me explicar pra você.”

Oliver parou de avançar, percebendo que ela estava pronta pra correr. Seu alivio por encontrá-la ali era imenso. Quando percebeu que ela tinha sumido, ele imediatamente supôs o pior e o equipamento de AV foi colocado sem pensar duas vezes. Ele agradeceu a Deus por ela ter levado o celular pra que ele pudesse seguir o dispositivo rastreador nele.

Acho que essas coisas foram uma boa idéia afinal, Chloe.

“O que você quer?” Chloe perguntou, criando coragem.

“Eu ia te levar pra casa.” Oliver pensou seriamente em simplesmente contar quem eram, mas não tinha certeza de como ela lidaria com isso. Agora definitivamente não era a hora de sobrecarregá-la com informações, certamente não quando tinha acabado de encontrá-la chorando sozinha na esquina da rua no meio da noite. Ela poderia tentar fugir.

“Posso chegar lá perfeitamente bem sozinha, obrigada.”

“Você não confia em mim.”

Chloe não gostou do sorriso debochado no rosto dele, como se tivesse esperado por isso. “Eu não te conheço.”

O sorriso desapareceu por um breve momento. “Ouvi dizer que você perdeu a memória.”

Os olhos dela arregalaram. “Como você sabe disso?”

“Como você acha que chegou ao hospital depois do carro te atropelar?” ele perguntou a ela. “Sou um amigo, Chloe.” Ele deu um passo na direção dela.

Chloe não podia acreditar no que estava ouvindo. Ela o conhecia? Como isso era possível? Ela não tinha certeza se acreditava. Mas ele sabia o nome dela de algum jeito. Ela se obrigou a pensar direito. Não fazia nenhum sentido. Como ela conhecia alguém como ele? Ela olhou pra cima e pulou ao perceber que ele estava na frente dela agora.

“Está tudo bem, Chloe. Eu nunca machucaria você. Pode confiar em mim.”

“Porque todo mundo fica me dizendo isso? Como se fizesse alguma diferença!” Chloe exclamou, perdendo a cabeça. O sorriso debochado apenas cresceu, como se também esperasse por isso, e estivesse apenas testando-a.

“Foi você quem fugiu. Estou aqui apenas pra ajudar,” ele lembrou. Chloe teve que lutar contra um tremor. Ele estava usando algum dispositivo pra distorcer a voz, seu rosto escondido nas sombras, e ela não gostava do quão próximo ele estava dela. Ele claramente sentia-se completamente seguro de si perto dela.

“Não preciso de ajuda e não quero ajuda. Não quero voltar.”

“Porque não?” ela ouviu o tom da voz dele mudar drasticamente, mas não conseguia interpretar o que a diferença significava.

“Apenas não quero. Não agora. Então me deixe sozinha.” Ela deu um passo pra trás mas ele estendeu a mão, automaticamente segurando seu braço. “Solta,” ela o encarou de cara feia.

“Sabe, se você lembrasse de mim, não estaríamos tendo esse problema.”

Ela o encarou. “Se eu me lembrasse de alguma coisa não estaria aqui agora.”

“É, eu achei que fosse assim. Me deixe te levar pra casa, Chloe.”

“Eu nem sei onde eu moro.”

“Quis dizer pra casa do Queen.”

“Eu te disse –”

“Eu sei que você não quer voltar,” ele disse duramente, “mas você ficará segura lá. Não deveria estar aqui fora sozinha.”

“Porque, você se importa?” ela desafiou. Deixou escapar um pequeno arfar de surpresa quando ele a puxou pra mais perto, agora com as duas mãos segurando seus braços.

“Muito,” ele disse numa voz áspera, claramente controlando suas emoções. Vendo o olhar assustado dela ele afrouxou o aperto e a soltou, uma das mãos movendo-se pra secar as lágrimas em seu rosto. “Não gosto de ver você assim.”

Chloe não podia explicar mas por algum motivo, ela derreteu. Com uma inexplicável convicção de que estava segura com ele, ela deixou a cabeça pender e apoiar-se no peito dele, exausta. “Somos dois então,” ela murmurou tristemente. Fechando os olhos, ela inspirou o cheiro de couro, e sua cabeça de repente começou a girar com a familiaridade. “Quem é você?” Perguntava mais pra si mesma do que pra ele, mas ainda assim ele respondeu.

“Sou um amigo, Chloe. Eu te disse. Está tudo bem.” Os braços dele envolveram-na protetoramente, e Chloe tremeu, O coração dela começou a acelerar novamente, mas por uma razão bem diferente de medo. As mãos dele passavam pelas costas dela tranquilizadoramente, tentando diminuir a tensão ali. “Sei que você não quer, mas pode confiar em mim.”

Chloe começou a chorar mais uma vez. “Gostaria que as pessoas parassem de dizer isso. Só faz eu me sentir culpada. Como eu te conheço?” ela perguntou determinada a solucionar esse mistério antes que perdesse a oportunidade.

“Você trabalha comigo.”

Que?”

“Como você acha que eu sabia como te encontrar agora? Tomamos conta um do outro.”

Chloe começou a se afastar dele, mas ele não a soltou.

“Você não pode saber o quanto me dói ter você olhando pra mim como se nunca tivesse me visto antes,” ele disse a ela, inclinando de modo que seu rosto estava próximo do dela. Chloe xingou a lâmpada que a impedia de ver seu rosto, lançando uma sombra nele e não deixando seus olhos se ajustarem à escuridão. “Me deixe te levar pra casa, Chloe.”

Depois de um longo momento de hesitação, Chloe concordou, se rendendo ao calor e a segurança que ele parecia proporcionar, se rendendo a ele. Ele a aproximou e a próxima coisa que ela sabia era que estava sendo carregada em seus braços até uma moto. Ela vagamente lembrou ouvir uma ao longe. Não tinha percebido quão perto ele havia estado. Ela não se importava nem um pouco, no entanto. Ela inspirou o cheiro do couro que ele usava mais uma vez. Sabia que era familiar, como um nome na ponta da língua, mas não sabia dizer por quê. Ele a levou de volta ao prédio de Oliver e desceu com ela.

Ela parou diante dele com expectativa, esperando ele dizer alguma coisa, qualquer coisa que pudesse revelar quem ele era ou como ela o conhecia.

Ele chegou mais perto dela, perto demais pro seu conforto, mas ela se recusou a recuar.

“Não fuja de novo,” ele disse a ela severamente.

“Eu sempre deixo você ficar mandando em mim?” ela retrucou.

Para sua surpresa, ele riu, um som profundo, sensual que vibrou por todo seu corpo. “Não, acho que não, mas –”

“Confiar em você?” ela perguntou exasperadamente.

“Sim. Não é seguro aqui fora pra você. Há pessoas que sabem sobre nós e te usariam pra chegar até mim. Eu não quero você andando por aí sozinha até se lembrar de nós.”

“Nós?”

Ele acenou positivamente com a cabeça.

“O que somos?”

“Somos amigos.”

“Porque isso parece absurdo pra mim?”

“Porque é.”

“Então o que realmente somos?”

A boca dele abriu e fechou em confusão, e nessa luz, Chloe conseguiu ver uma pequena porção de seu maxilar. Era forte e bem definido, e ela pensou ter visto um pequeno furo no queixo, mas era difícil dizer. Ela percebeu que ela mal chegava até o queixo dele. Ele era alto, muito alto. “A verdade? Não faço idéia. Só sei que tenho muita sorte por ter você, e que preciso que recupere sua memória o mais rápido possível.”

Chloe ficou com o ar preso na garganta, mas ele a soltou.

“Vá pra dentro, Chloe. E, por favor, não fuja de novo. Tenha cuidado.”

Ela procurou olhar em seu rosto, tentando ver abaixo do capuz apenas pra descobrir os óculos escuros que também bloqueavam sua visão, mas finalmente concordou, e, mantendo os olhos nele, ela entrou novamente no prédio e pegou o elevador pro apartamento de Oliver.

próximo

5 comentários:

  1. Ah Green Arow.

    Sabe que eu acho o Arqueiro um bônus do Oliver?
    Depois eu comento direitinho, passei aqui correndo.

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  2. meninas, Estou adorando!!! ja estava ansiosa pela continuação!

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  3. era pra eu ter lido ontem, mas eu tinha prova hj aí só fui ler agora...
    tô doida pela continuaçãooo! oliver é tão fofinho! Aliás, Chlollie é tão fofinho!

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  4. Chloe até que está muuuuito paciente.
    Eu já teria dado um ataque a essa altura.

    Mas tudo bem, ela teve a recompensa...Conheceu o Arqueiro.


    PS:Gente estou em depressão por causa da Allison.

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  5. Ai eu quero ler o restoooooooooo!

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