Como prometido, a continuação da fic com mais dois capítulos. As coisas agora voltaram a ficar bem enroladas porque a greve da minha faculdade acabou e eu passo mais tempo lá do que aqui ¬¬’, mas antes de voltar eu consegui adiantar essa fic pelo menos um pouco. Sobre esse capítulo, obviamente vai contra toda a mitologia no que envolve Oliver/Dinah, porque a Dinah APÓIA nosso casal favorito. E assim ficou bem mais fácil gostar dela nesse capítulo. Os personagens não são meus e todo aquele blablabla de sempre ^^
Boa leitura e depois (se puderem) passem nos comentários pra deixar a opinião de vocês .
Ah, tem uma observação explicando um termo não traduzido, indicado por ¹.
--5—
Chloe se sentou pra olhar os jornais deixados pra ela depois de limpar a tentativa falha de um café da manhã. Quase instantaneamente ela se viu fascinada. Metropolis havia mudado bastante desde que era criança;
Ela ficou surpresa em descobrir que não somente Lionel, mas Lex Luthor também estava morto. Oliver Queen, desde que aprendeu a não se meter em encrencas, parecia ter uma enorme influência econômica na área, apesar de um tipo de projeto energético – uma torre solar – ter sido destruída num acidente bizarro.
Ela olhou fixamente a foto do prédio em chamas, incapaz de apontar o que parecia estranho nisso. Ela se atentou ao fato de que o jornal tinha prontamente descartado a possibilidade de ter sido destruído intencionalmente. Isso parecia bem mais provável pra ela do que um acidente. Mas aí, porque alguém teria problemas com um projeto tão bom para o meio ambiente? Ela se perguntou.
Mais interessante que os negócios, porém, era a criminalidade na região. Ou melhor, a falta dela. Em algum momento nos últimos anos, vários vigilantes começaram a fazer aparições em Metropolis. Alguns com nomes ridículos como O-Borrão-Vermelho-e-Azul, que eventualmente foi abreviado pra O Borrão. Ela viu que Lois foi quem escreveu a história e sentiu outra pontada de inveja da prima. Era o tipo de história pela qual Chloe teria matado.
Havia outros, também. Quase todas as histórias eram da Lois, ela notou, apesar de não ter sempre certeza de que Lois os identificara corretamente no começo. O Bandido Arqueiro Verde, por exemplo, provou vários jornais depois ser muito mais que o mesquinho criminoso que Lois originalmente disse que ele era, e seu nome foi eventualmente abreviado pra Arqueiro Verde – algumas vezes também conhecido por Arqueiro Esmeralda.
Chloe se viu olhando atentamente o retrato-falado da polícia que apareceu no primeiro artigo sobre o Arqueiro Verde. Algo nele a incomodava, como se não fosse muito preciso, mas ela duvidava que mesmo com sua memória completa saberia exatamente qual era a aparência dele. Qual a probabilidade de eu saber isso? Mas... Talvez ele tenha me resgatado alguma vez? Pensou vagamente. Talvez fosse por isso que ela o achava tão intrigante.
Apesar disso, ela notou que desde que esses dois apareceram, e alguns outros também, a criminalidade em Metropolis diminuiu drasticamente, e a força policial parecia ter se endireitado um pouco. Provavelmente tentando não ser responsabilizada caso algo dê errado, Chloe pensou duvidosamente.
Ela estava lendo um artigo sobre uma explosão que destruiu um prédio da Luthorcorp perto do rio há mais ou menos um ano quando Bart surgiu do nada. Ela levou a mão até o coração.
“Você me assustou!” ela riu.
“Como está se sentindo, ‘licious?” ele perguntou, beijando sua mão galantemente e entregando-lhe uma tulipa, os olhos brilhando. “Lembrou de mais alguma coisa?” Ele olhou o artigo do jornal que ela estava lendo e arqueou uma sobrancelha.
Ela sacudiu a cabeça tristemente. “Acho que não.”
“Tudo bem,” ele disse confiante. “Sua memória vai voltar.”
Chloe desejou compartilhar de seu otimismo. Ela olhou ao redor. “Pensei que Oliver disse que você traria outras pessoas.”
Bart a olhou divertido enquanto pegava uma maçã da geladeira de Oliver e rapidamente a devorava. “Eu os ultrapassei correndo nas escadas. Eles estão chegando.”
“Quem?” ela perguntou curiosa.
“Alguns caras que trabalham com a gente. AC, Victor e Dinah. Dinah até conseguiu voltar de Paris por você,” ele acrescentou alegremente.
“Mais colegas de trabalho?” ela perguntou.
Ele sorriu. “Você seriamente subestima seu relacionamento com as pessoas que trabalha, linda. Somos como uma família. Graças a você, especialmente,” ele acrescentou pensativo.
Nesse momento, dois homens e uma mulher apareceram na porta.
“Oi, Chloe!” Dinah disse contente. “Como está a cabeça?”
Chloe deu de ombros.
AC deu um passo a frente pra lhe dar um abraço caloroso, tão apertado que quase lhe tirou o ar. “Você nos matou de susto, sabe.”
Chloe retribuiu o abraço, surpresa com quanto se sentiu instantaneamente comfortável com ele. “É o que me dizem,” ela riu.
“Lembra-se de mim?” ele perguntou, se afastando para que ela pudesse observá-lo.
Chloe tentou, mas depois de um tempo desistiu. No entanto, ele não parecia chateado.
“Vai lembrar. Você me conheceu no terceiro ano do ensino médio. Aposto que se lembrará de mim antes do latinha aqui,” ele brincou, olhando pro Victor.
“Latinha?” ela perguntou.
Victor revirou os olhos, abraçando Chloe. “Não se preocupe com isso.”
“Então, o que vamos fazer hoje?” Chloe os perguntou, pensando que era sem sentido ficar no apartamento de Oliver para que quatro pessoas essencialmente fossem suas babás.
Os garotos olharam pra Dinah, que revirou os olhos dramaticamente mas sorriu. “Os garotos querem ir jogar Laser Tag¹. Eu e você podemos encontrar outra coisa pra fazer, tenho certeza.” Ela piscou pra Chloe, e Chloe teve a impressão de que Dinah era meio que uma companheira nas horas de conspiração. Provavelmente porque ela é aparentemente minha única amiga mulher, Chloe ponderou.
“Parece divertido,” Chloe disse.
Então ela se permitiu ser seqüestrada por eles durante a manhã, e eventualmente se viu sentando no lado de fora de uma cafeteria, que ficava do outro lado da rua do edifício de Laser Tag, conversando com Dinah. Chloe descobriu que ficava constantemente distraída pelo cabelo longo e castanho de Dinah. Não combinava em nada com ela. Ela imaginou vagamente como ela ficaria loira.
“Então você pode me dizer o que eu faço da vida?” Chloe perguntou eventualmente.
Dinah sorriu. “Infelizmente, fui proibida de te dizer qualquer coisa do tipo. Mas confie em mim, você é realmente boa no que faz. Somos meio que uma equipe, eu, Oliver e os garotos, e estaríamos completamente perdidos sem você.” Ela deu a Chloe um sorriso amigável antes de tomar um gole de café.
Chloe suspirou frustrada e Dinah riu.
“Eu disse ao Oliver que ele teria muitos problemas em tentar esconder isso de você. Mas sabe,” ela acrescentou seriamente, “não é que nenhum de nós quer que você saiba. Não podemos te contar diretamente, mas ficaremos imensamente aliviados quando você descobrir tudo ou se lembrar.”
Chloe fez uma careta. “Se eu me lembrar.”
“Quando,” Dinah corrigiu. Ela observou Chloe por um momento. “Isso é legal, sabe.”
“O que?”
“Você geralmente não sai com a gente. Quero dizer, claro, nem sempre estamos todos na cidade ao mesmo tempo. Esse trabalho requer muitas viagens, mas ainda assim. Você se tornou relativamente anti-social, Chloe.”
Chloe pareceu surpresa, e um pouco preocupada. “Me tornei? Porque?”
Dinah olhou a rua ao invés dos olhos de Chloe. “Você passou por muita coisa. Os últimos anos não foram exatamente bons com você, Chlo. Pra ser sincera, você desenvolveu alguns problemas bem justificados de confiança, eu acho.”
Chloe lembrou o que Oliver havia dito pra ela naquela manhã. Então faça um favor pra si mesma e tenha um pouco de fé em mim, está bem? Pelo menos uma vez na vida, você realmente vai ter que confiar em alguém. Eu sei como isso é difícil pra você, mas faça.
Ela olhou Dinah. Tinha a suspeita de que Dinah não a enrolaria. Ou ela lhe contaria a verdade ou diria que não podia falar nada, mas não haveria um meio-termo enigmático com ela.
“Dinah?”
“Hum?”
“Eu confio em Oliver? Normalmente, quero dizer.”
Dinah a olhou pensativamente. “Sim, confia. Claro, levou um tempo pra ele ganhar essa confiança. Ele passou por uns maus bocados há um tempo atrás –”
A mente de Chloe se lembrou de sua pesquisa na internet sobre Oliver.
“—mas uma vez que você o tirou dessa, ele começou a se esforçar bastante pra se provar pra você.”
Chloe tossiu, engolido o café da maneira errada. “Uma vez que eu o tirei dessa?” ela falou às pressas.
Dinah sorriu astutamente. “Surpresa?”
“Pode-se dizer que sim.” Chloe disse numa voz aguda.
“O cara não conseguiria amarrar os sapatos sem você, Chloe, o que ele com certeza já mencionou a essa altura. Você basicamente salvou a vida dele. Ele estava tentando jogá-la fora.”
“Porque?”
Dinah parecia nervosa. “Ele estava sofrendo com uma grande culpa.”
“Pelo que?”
Com isso ela sorriu pesarosa.
“Deixe-me adivinhar,” Chloe disse irritada. “você não pode me dizer.”
Dinah concordou. “Sinto muito.”
“Tudo bem,” Chloe disse nada convincente. “Gostaria de entender porque minha vida tem que ser tão misteriosa pra mim. É minha vida, afinal!” ela disse, gesticulando com as mãos tão frustrada que acidentalmente mandou seu garfo pelos ares.
Dinah riu e Chloe a encarou. “Desculpa, é só que – bom, você entenderá quando tudo isso acabar. Prometo.”
Depois de um longo momento em silêncio, Dinah lançou a Chloe um olhar profundamente pensativo.
“O que foi?” Chloe perguntou.
Dinah mordeu o lábio. “Eu realmente quero te dizer uma coisa.”
“O que foi?” ela repetiu ansiosa.
“Não se anime muito. Não é nada que vai realmente te ajudar a juntar as peças do quebra cabeça, pra ser sincera, mas eu estava querendo falar com você sobre isso há um tempo já.”
“Ah. O que é?”
Dinah estreitou os olhos pra ela pensativamente. “Bem, deixe-me te perguntar uma coisa antes.”
“Ok.”
“Você meio que está conhecendo Oliver de novo, certo?”
“Sim, basicamente.”
“O que você acha dele? Sua primeira impressão?”
Chloe não tinha certeza. O que ela achava de Oliver? “Eu não sei.”
Dinah arqueou uma sobrancelha. “Não vou contar pra ele nem nada. Estou apenas curiosa. O que vier primeiro à sua cabeça.”
Chloe suspirou. “Bom, a primeira coisa que pensei foi que ele era incrivelmente atraente, e depois eu quis saber porque meu chefe estaria me visitando no hospital.”
Dinah sorriu um pouco, e acenou com a cabeça. Como ela não a provocou por achar Oliver atraente, Chloe continuou um pouco mais confortável.
“Nesse momento, realmente me incomoda que ele continua a insistir em esconder todas essas coisas de mim, mas ao menos ele tem sido sincero sobre isso... ao contrário de Clark,” ela acrescentou amargamente.
“O que tem o Clark?” Dinah perguntou rispidamente.
Chloe mordeu o lábio. “Supostamente eu e ele não somos tão bons amigos como eu esperava.”
Dinah sacudiu a cabeça um pouco triste. “Não são. Mas ele vai pensar melhor. Ele gosta de você. Ele só é… um alienígena cabeça dura algumas vezes.”
“Alienígena?” Chloe riu.
Dinah revirou os olhos. “Algumas vezes ele age como se fosse de outro planeta. Acredite em mim nessa.”
Chloe apenas riu.
“Mas voltando ao Oliver,” Dinah pressionou.
“Bom... acho, mesmo que isso me incomode e eu tenha problemas pra confiar nele, posso ver que ele realmente gosta de mim.” Ela pensou em como ele tinha ficado com ela durante a noite, o quanto ele parecia genuinamente preocupado. Então ela olhou pra Dinah esperançosa. Talvez ela finalmente iria explicar o mistério do relacionamento dela com ele.
Dinah tinha aquele sorriso astuto no rosto novamente. “Interessante.”
“Porque você pergunta?”
“Bem,” ela disse lentamente, “como eu disse, queria conversar com você sobre ele há um tempo já. Apenas sabia que você não escutaria. Estou meio que esperando que agora você escutará já que você está...”
“Com a mente mais vazia?” Chloe sugeriu amarga.
Dinah riu e acenou com a cabeça. “É, eu acho. É o seguinte,” ela olhou Chloe diretamente nos olhos. “Vocês dois estão me deixando absolutamente maluca.”
“Que? Porque?”
“Estão apaixonados um pelo outro.”
Chloe praticamente cuspiu as palavras. “Que?”
“Estão,” Dinah insistiu. “Confie em mim.”
E aqui está essa frase de novo, Chloe pensou irritada.
“Vocês apenas são teimosos demais e cegos demais pra admitir pra si mesmos, imagina um pro outro.”
Chloe só podia encarar Dinah em choque. Lentamente ela se recuperou. “Não seja ridícula,” disse.
“Sabia que diria isso,” Dinah riu, sacudindo a cabeça. “É verdade, acredite ou não.”
“Ok,” Chloe disse, tentando ser realista. “Posso acreditar que eu me apaixonaria por alguém como ele – seria difícil não fazer isso – mas o que diabos ele veria em mim?”
“Você se subestima.”
“Eu me conheço.”
“Você conhece você aos quinze anos. Não acha que mudou desde então? Você é uma mulher bem formidável, considerando tudo, e Oliver coloca você num pedestal. Ele te acha incrível. Ele apenas está ocupado demais correndo por aí tentando salvar o mundo pra perceber que está apaixonado por você.”
Chloe sentiu seu rosto inteiro ficar vermelho-tomate.
“Sério, Chloe. Estou te falando isso como amiga. Gosto muito de vocês, e quero ver os dois felizes. Estou te falando isso agora porque acho que se esqueceu de muitas coisas que fariam você fugir disso. Agora você não está com tanto medo de tudo. Quero que mantenha esse sentimento em mente enquanto recupera sua memória. Ok?”
Chloe a olhou curiosa.
Os cantos dos lábios de Dinah se curvaram. “Não estou dizendo pra se atirar nele ou algo assim. Só, mantenha isso em mente.”
Finalmente Chloe concordou. Dinah parecia aliviada e olhou pro outro lado da rua em tempo de ver os garotos saindo do centro de Laser Tag. “Olha. Bart venceu. Que surpresa.” Ela revirou os olhos.
Chloe olhou e riu, vendo que Bart estava claramente se gabando insuportavelmente com os outros dois.
“Melhor irmos antes que AC e Vic os empurrem na frente de um carro,” ela disse, deixando o dinheiro na mesa antes de se levantar.
Chloe a seguiu em meio a uma nuvem de confusão, tentando compreender o que Dinah disse a ela. Não parecia possível ela ser amiga de alguém como Oliver, imagina ele ser apaixonado por ela.
Mas antes, eu não estava pensando que alguma coisa estava acontecendo entre a gente? Ela se lembrou. Claro, eu não esperava algo assim, mas... Ainda assim… Faz sentido. Mais ou menos. Num jeito realmente estranho e inesperado.
Ela sacudiu a cabeça e sua atenção se voltou para o fato de que AC tinha Bart preso numa chave de braço e estava casualmente conversando com Dinah enquanto isso.
Ela olhou Dinah e AC com um olhar divertido e intrigado. Sorrindo, percebeu que talvez Dinah precisasse de um pouco de seu próprio remédio.
Laser Tag¹ – é um jogo bem semelhante ao conhecido paintball, com a diferença de que ao invés de funcionar com tinta, a arma dispara raios laser.
Go Dinah!
ResponderExcluirAs vezes sinto falta da Lana exatamente por isso, ela era amiga da Chloe, Lois vive num mundo paralelo, e tudo bem, mas Lana era essa amiga pra Chloe.
Adorei, e achei ao mesmo tempo engraçado justo Dinah fazer esse papel.
Indo pro próximo.
Ps:Entraria em choque, ficaria catatonica, babando se descobrisse Oliver Queen apaixonado por mim.