sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Love Over Time 2/3

Bom gente, mais um capítulo. Boa leitura!
[Personagens e história não nos pertencem.]
-- 2 --
Chloe inspirou bruscamente, em pânico, tentando colocar ar para dentro de seus pulmões. Ela estava achando que respirar era impossível e levou um tempo para que percebesse que o problema era o jovem deitado pesadamente em seu peito.

"Chloe?"

A voz era familiar, mas ela mal notou enquanto se curvou para frente e segurou o rosto enterrado contra seu pescoço. Se Oliver não estivesse ao lado dela, ela teria pensado que era a cabeça loira dele, e então ela percebeu que não esteve sonhando.

"Ah não." Chloe levantou a cabeça de Connor de seu pescoço e viu seus olhos fechados e seu corpo imóvel. Ela se sentou, tentando segurá-lo contra ela para que ele não escorregasse para o chão, mas logo os outros a ajudaram. "Deita ele," ela instruiu enquanto saiu rapidamente do sofá para dar espaço.

"Chloe, cuidado," Clark avisou gentilmente.

"Estou bem," ela respondeu bruscamente enquanto sentou na beira do sofá e pressionou os dedos contra a garganta do rapaz. Sem pulso. Lutando contra as lágrimas enquanto lembrava-se de seu sonho, ela virou rapidamente para o grupo. "Ele pode curar?"

Elliot fez que sim com a cabeça. "Mas nunca funciona direito. Quero dizer, nunca funciona quando ele quer."

Ela se voltou novamente para o jovem deitado ao lado dela. "Ele já morreu antes?"

"Não," Elliot respondeu com um tom carregado. "Ele nunca tentou curar nada mais grave do que alguns ferimentos de bala que nem eram fatais. Normalmente ele levava para voc-" Ele parou abruptamente, percebendo o que estava para dizer.

"Às vezes, quando eu curava, eu pegava alguns pedacinhos das pessoas, flashs de memórias e sentimentos," Chloe murmurou. "Quando Connor me curou eu acho que vi uma de suas memórias, algo do passado dele..."
De repente, tudo fez sentido para Chloe e ela percebeu quem ele era e porque ele a lembrava tanto do Oliver; porque ele tinha memórias dela cuidando dele quando garoto. Engolindo seco, os olhos dela foram de Elliot para Clark e de volta, juntando mais uma peça do quebra-cabeças mentalmente. Os olhos de Elliot se arregalaram em pânico quando ele viu, percebendo a descoberta que ela fez. Ela abriu a boca para falar, mas Elliot sacudiu a cabeça urgentemente e o pedido nos olhos dele a silenciou.

"Você está bem?"

Chloe virou estupefata e viu Oliver apoiado contra uma mesa, ficando quase com a mesma altura que ela. 

"Sim, estou bem." Ela encontrou os olhos dele por um segundo, querendo dizer algo, mas incapaz de se convencer a fazê-lo.

"Porque não o tiramos daqui," ela disse, olhando para Clark em expectativa antes de se levantar e virar para Elliot. "Gostaria de dar uma palavrinha com você."
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"Você sabe que vocês dois estão fazendo uma bagunça aqui, você não acha?" Chloe perguntou para o jovem na frente dela.

"Nós não tivemos escolha," Elliot argumentou. "Não sabíamos o que Cheshire estava planejando até ser tarde demais."

"E Clark? Lois?" Chloe se inclinou para frente para sussurrar duramente. "Cheshire está atrás deles ou de você?"

Ele apertou os dentes. "Ambos, eu acho. Se ela não acabar com ele, ela vai atrás da minha mãe, sabendo como isso vai afetá-lo e o que vai significar para mim."

"E Oliver, ele sabe?"

"Não." Elliot sacudiu a cabeça rapidamente. "Não era a nossa intenção que isso acontecesse dessa forma. Pensamos que Cheshire fosse atrás do meu pai primeiro."

Chloe pôde ver que ele estava realmente chateado, então fez o melhor que pôde para dar um tempo. "Eu tenho kriptonita aqui," ela suspirou. "Nunca pensei que ela fosse corajosa o suficiente para tentar essa."

"Ela gosta de um desafio," ele deu de ombros. "Além do mais, ir contra Connor deve ter sido um bônus para ela. Ela tem uma vendeta pessoal contra o Arqueiro-Verde e posso apostar que ela adorou a possibilidade de matar você para que assim ela pudesse arruinar a vida do Oliver e eliminar Connor no processo."
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Passando por cima dos destroços, Oliver analisou o prejuízo causado à Torre de Vigilância procurando algo fora do normal. Ele parou quando chegou ao local onde encontrou Chloe e Connor, lembrando da visão que teve do jovem cobrindo o corpo dela de forma protetora. Um arco, uma balestra e algumas flechas estavam jogadas no chão e ele reconheceu o equipamento como sendo seu; extras que ele mantinha guardados na Torre de Vigilância. Ele pensou no que viu durante a briga, como ele viu o visitante do futuro mirar na mulher de verde. O negócio era que o jovem não havia acertado nela.

Ele virou em direção à área onde a assassina tinha estado, seus olhos procuraram por alguma pista e acharam outra flecha; uma que ele não havia atirado contra Cheshire. Pegando-a, ele analisou a ponta. Não havia uma gota de sangue nela, o que significa que ela não entrou em contato com ninguém, mas o metal, uma vez pontudo, estava completamente arruinado, então ele sabia que tinha acertado algo. Algo duro.
Então ele se lembrou das palavras de Cheshire para Connor.
"Tenho certeza de que vou acertar você, eventualmente."

No calor do momento, Oliver assumiu que ela quis dizer que Connor havia desviado do tiro, mas agora ele estava começando a pensar diferentemente. Oliver andou pela torre, acendendo cada lâmpada, e então começou a caminhar lentamente pelo salão, tomando todo o tempo necessário. Em algum ponto da busca, Chloe e o outro jovem entraram novamente no salão principal. Ele pode sentir os dois pararem e trocarem um olhar, imaginando o que ele estava fazendo, mas nenhum dos dois disse nada e após um momento, eles saíram em direções diferentes; Chloe em direção ao quarto onde eles colocaram Connor e Elliot em busca de Clark.

Normalmente ele teria dito algo para Chloe, para se explicar e explicar o que ele estava fazendo, mas ele estava determinado a encontrar o que ele sabia que estava lá. Ele estava no chão, olhando embaixo das mesas de computadores quando finalmente encontrou o que procurava. A bala havia rolado para bem longe embaixo da mesa, mas ele conseguiu alcançá-la e quando a pegou e a segurou na sua frente, a primeira coisa que notou foi a marca familiar da ponta da flecha. Olhando em volta para ter certeza de que estava só, ele foi até os computadores da Chloe e graças ao fato de que a segurança da Torre era provida pelas Industrias Queen, não demoraria muito para que ele pudesse ver o vídeo do ataque.

Após o encontro com o Arqueiro-Negro, Chloe fez questão de manter certa quantidade de equipamentos conectados a um gerador. As câmeras de segurança faziam parte destes.
Enquanto ele trabalhava para baixar a gravação, ele olhou para o quarto dela, esperando que ela aparecesse a qualquer momento. Ele preferia ver a sós, mas se ela saísse do quarto ele seria honesto. Não havia razão para ele não assistir a gravação.
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Chloe ficou com Connor por quase uma hora, mas sabendo quanto tempo levava para ela se recuperar de tais façanhas de cura, ela concluiu que ainda levaria um tempo para ele acordar. No fundo ela considerou o pior, mas rapidamente afastou esse pensamento. Quando ela saiu do quarto e voltou para a torre, Oliver ainda estava lá, como ela esperava, mas desta vez ele estava sentado no sofá, duas flechas deitadas em seu colo.

"Algo errado?" Ela perguntou e viu quando os olhos dele viraram para o lado, indicando o grande monitor, antes de voltar para ela.

Ele esperou silenciosamente pela reação dela enquanto ela absorveu a gravação pausada da briga com Cheshire. Seus lábios se apertaram e ele teve a resposta dele.

"Então você sabia," ele resmungou.

"Bem naquele momento," Chloe admitiu. "Até ali ele não havia me falado nada. Porém agora que eu penso nisso, posso ver que Cheshire estava ameaçando me matar como uma forma de matar Connor." Ela notou novamente as duas flechas no colo dele. "O que é isso?"

Oliver segurou as flechas abaixo da cabeça e as examinou novamente. "Você sabe como é difícil parar uma bala com uma flecha? Mais ainda, duas?"

"Você conseguiria," ela disse suavemente, aceitando algo de que ambos já estavam cientes.

"E não tem como ele estar mentindo? De alguma forma-"

"Não," Chloe interrompeu, sacudindo a cabeça e olhando para ele com pena. "Oliver, você está falando sério? Aquela memória que eu vi," ela sacudiu a cabeça, "era... era mais do que eu esperava e eu-" Ela parou novamente, engolindo seco. "Eu não-" Suas palavras se foram e ela se viu incapaz de falar. Aquela memória do Connor ainda estava presa a ela, a aquecendo e a fazendo sentir coisas que ela não havia sentido há muito tempo, coisas que ela não queria ter que sentir novamente.

"Chloe..." Ele suspirou e se levantou, colocando as flechas de lado e caminhando até ficar na frente dela. Envolvendo um braço no corpo dela, ele a puxou para perto de seu peito. "Nós concordamos que isso não era nada, que era melhor terminar, lembra?"

"Eu sei," ela chorou no peito dele. Ela normalmente não era inclinada a cair no choro - especialmente nos últimos dois anos - mas aquela memória a havia afetado, mais do que ela gostaria.

"Então o que aconteceu?" Oliver perguntou, mas não estava necessariamente esperando uma resposta. Ele concluiu que nenhum dos dois sabia. Ela simplesmente sacudiu a cabeça, ainda chorando. "O que você viu?"

"Não foi nada," Chloe sacudiu a cabeça. "Foi só algo simples." Ela queria contar a ele, queria mesmo, e talvez daqui a algum tempo pudesse, mas não agora. Não só era muito difícil colocar em palavras, mas ela também tinha a sensação de que ele não estava pronto para ouvir.

"Então por que você está chateada?" Ele tentou, sem querer se intrometer, mas precisando de alguma pista sobre o que ela viu, alguma pista sobre o suposto futuro.

"Era boa," ela admitiu. "Quase boa demais. Era uma memória dele e eu pude sentir como ele sentiu. Ele me amava e eu o amava da mesma forma."

Então alguém limpou a garganta e os dois pularam para longe um do outro e viram Clark parado lá sem jeito.

"Podemos conversar?" Clark perguntou, tentando não notar o quão próximo eles um do outro ainda estavam.
Chloe balançou a cabeça e foi, automaticamente, em direção ao Clark, mas logo parou e virou novamente para Oliver.

"Oliver, na memória dele, ele também o ama. Ele quer ser como você."

Ele só olhou enquanto ela continuou a marcha em direção ao Clark, deixando-o congelado por um momento enquanto ele tentava absorver o que ela tinha acabado de dizer, o que ela havia deixado para ele pensar. Não importa quantas vezes ele relembrasse o que aconteceu, ele não conseguia entender completamente, porque, na mente dele, não tinha como o homem de vinte e tantos anos lá no quarto ser filho dele, mesmo quando as evidências estavam contra ele. Não tinha como ele e Chloe terem ido contra a decisão prévia de nunca mais cruzar a linha da amizade, mesmo que ele ainda pense nela sempre que sua mente divaga. Mesmo que ele se pegue olhando para ela sempre que ela não está olhando, mesmo quando tudo o que ele quer é tocá-la novamente.
Não importava. Não tinha como, anos à frente, ele se ver na cena feliz que ela acabou de descrever, mesmo quando ela acreditava nisso tão positivamente.
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Chloe estava sentada na cadeira almofadada que Clark havia trazido para ela horas atrás, digitando em seu laptop, esperando. Ela esperou por dez horas e então, finalmente, ele inspirou bruscamente. Ela jogou o laptop na mesa, deslizou para perto e sentou na beira da cama. Ele tentou desesperadamente agarrar algo, enterrando os dedos no colchão. Seus olhos verdes arregalados encaravam o teto, quase como se não vissem nada.

"Você está legal," Chloe pressionou as mãos contra o peito dele e o forçou a deitar novamente na cama. 

"Você está bem," ela sussurrou, passando os dedos entre os cabelos loiros dele. Cabelos que causavam a mesma sensação que os do Oliver.

Lentamente a escuridão começou a se dissipar para o cinza e, eventualmente, um borrão de cores começou a se ajustar diante dos olhos dele. "Mamãe?"

A mão no cabelo dele parou. "Connor."

Então ele a viu, mais jovem do que ele lembrava, e então tudo veio à tona. "Você está viva!" Ele se sentou e olhou para si mesmo. "Estou vivo."

"É, você nos salvou," ela disse com um leve sorriso.

"Como? Quando tentei eu nem pude-"

"Empatia," Chloe revelou. "A primeira vez que curei-"

"Lois. Você disse que estava chateada." Chloe balançou a cabeça em resposta e levou um tempo para ele perceber que ela já havia percebido tudo. "Você sabe," ele sussurrou e ela balançou a cabeça novamente. Ele abriu a boca para dizer algo, mas se conteve, precisava saber especificadamente o que ela sabia. "O que você sabe exatamente?"

"Cheshire disse que você era um Queen," Chloe disse suavemente, tentando ao máximo manter a conversa leve, apesar da situação atual deles. Ele não tinha dez anos, tinha bastantes centímetros e provavelmente pesava mais do que ela aproximadamente 40 quilos, mas ela se lembrou de como ele tinha se agarrado a ela quando ela estava morrendo; como ele tinha chorado. "Só há uma pessoa que eu conheço que pode desviar uma bala com uma flecha."

Ele olhou para ela de novo e rapidamente desviou o olhar. "Quando você cura," ela continuou, "às vezes há uma transferência de memórias e sentimentos." Chloe pausou, esperando para ver se havia algum sinal de reconhecimento no rosto dele, mas seus traços continuaram estóicos, assim como os do Oliver. "Eu vi algo. Uma memória."

Ele virou para ela, sabendo exatamente a que memória ele tinha se agarrado quando estava se esvaindo. "O arco," ele murmurou e quando ela balançou a cabeça confirmando, ele suspirou. "Você, bem, minha mãe," ele começou, "sempre apóia minhas decisões, mesmo algumas perigosas."

"Mas?" Chloe sentiu algo mais vindo. Por alguma razão ela esperava outra coisa, não o pequeno sorriso que deslizou no rosto dele.

"Meu pai não. Ele era sempre paranóico, sempre insistindo que eu ia sair e acabar morrendo um dia por causa disso. Pelos primeiros oito anos da minha vida ele me proibiu de ao menos chegar perto de um arco e flecha." Connor riu suavemente. "Foi por volta dessa época que você entrou em casa com um arco e flecha novinhos na mão, tacou na mesa do papai e disse para ele me ensinar ou você me mandaria para Gotham para que eu treinasse para ser o Robin."

Ela não pôde evitar sorrir imaginando isso. "Funcionou?"

"Você não para balas a não ser que aprenda com o melhor." Ele sorriu enquanto se lembrava de como seu pai gritou por ele pela casa o mandando estar lá fora em cinco minutos.

"Não apreciava muito o Batman?" Chloe inquiriu, incapaz de ignorar o modo como seu espírito se elevava enquanto ela ouvia a história.

"Eles são muito parecidos para ficarem juntos na mesma sala por mais de cinco minutos." Ela sorriu em resposta, mas Connor rapidamente se afastou do momento. "Ele sabe?"

Chloe sentiu o sorriso sumir de seus lábios. "Ele suspeitou um pouco quando viu o arco extra, mas ele soube da história toda assim que achou a gravação da sua luta com Cheshire. Tem áudio."

Ele balançou a cabeça, não muito surpreso.

"E eu sei que Clark e Lois são pais de Elliot." Ele pareceu levemente chocado por ela saber tanto. "Porém, só eu," ela assegurou. "Ele não me contou, eu simplesmente juntei tudo depois de perceber a sua conexão conosco e lembrar de você dizendo que vocês dois eram amigos de infância. Não posso imaginar ter um filho cujo melhor amigo Kriptoniano é filho de outra pessoa. Além do mais, eu conheço Clark e Lois há um bom tempo, posso reconhecer certos traços."

Ele balançou a cabeça, compreendendo. "Precisamos achar essa mulher," Chloe disse. "Estou preocupada com ela colocar as mãos em kriptonita, mesmo que eu esteja monitorando todas as localizações. E, estou preocupada com a Lois. Se ela entrou aqui tão facilmente, Lois pode estar com grandes problemas. Se o pior acontecer, Clark pode protegê-la, mas não quero arriscar o expor, especialmente se ela tiver kriptonita..."

Ele balançou a cabeça. "Entendo."

"Olha," Chloe se levantou, apertando os lábios nervosamente. "Tem algo mais que você precisa saber. Oliver, ele não..." a voz dela sumiu com um suspiro enquanto ela tentava descobrir como explicar a relutância do Oliver. "Ele não entende isso. Acho que isso tudo o assusta."

"Não estou surpreso," Connor admitiu, escondendo o desapontamento. Ele sempre se empenhou ao máximo para impressionar seu pai, para deixá-lo orgulhoso, mesmo que nem sempre ele tenha ficado. Chloe pareceu um pouco surpresa com a aceitação dele. "Eu tenho vivido com ele há vinte anos," Connor sacudiu os ombros. "Ele é teimoso, emocionalmente."

Chloe não pôde evitar rir deste pensamento, mesmo que não houvesse felicidade nele. "E eu não sou?"

"Você mudou," Connor disse simplesmente e se moveu em direção à porta.
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Duas horas gastas com patrulha e Oliver não achou nada. Nenhum sinal da vilã do futuro e definitivamente nenhuma clareza sobre a situação com Chloe e Connor. Enquanto ele lentamente voltava para a Torre, o som de vozes chegou a seus ouvidos e ele parou do lado de fora da porta dupla, olhando para dentro e vendo as duas pessoas que estavam na cabeça dele sentadas à grande mesa, uma ao lado da outra.

"Então quantos anos você tem?"

Connor virou para Chloe e sorriu timidamente. "Não posso te dizer isso. Além do mais, você não tem perguntas melhores do que essa?"

Chloe virou para ele e não pôde não sorrir em resposta. "Você responderia se eu perguntasse?"

"Nããão." Ele sacudiu a cabeça e virou novamente para o monitor, sorrindo de novo quando a ouviu rir ao lado dele. "Posso perguntar uma coisa?"

"Se não for mudar nada..." Chloe virou de volta para o teclado e continuou seu trabalho enquanto esperava a pergunta dele. O monitoramento para encontrar Cheshire não trouxe resultados, então ela aumentou a busca.

"Você e..." Connor pausou como se escolhesse suas próximas palavras, "Oliver, não parecem..."

Ela suspeitou que ele fosse ficar um pouco curioso sobre o estado da relação dela com Oliver. Pelo que ela podia perceber, Connor só os conhece casados e felizes então ela assumiu que ela mesma no futuro não dividiu detalhes sobre como tudo começou.

"Estar juntos?" Chloe supriu e não pôde evitar notar a preocupação nos olhos dele. "É complicado."

"Vocês se gostam, certo?" Ele perguntou desajeitadamente. Ela franziu a testa com a pergunta dele e virou o rosto. Não era a confirmação que ele queria, mas era suficiente. "Então qual é o problema?"

"Coisas. Outras coisas," ela sacudiu os ombros, evitando as perguntas dele. Não era como se ela fosse contar a Connor que a coisa breve que ela e Oliver tinham começado tinha sido segredo e consistia basicamente em sexo. Foi quando eles perceberam que estavam começando a ter sentimentos um pelo outro que tomaram a decisão de terminar.

"Bem, essas coisas não devem ser tão importantes como você pensa," Connor disse despretensiosamente, e sua resposta fez com que ela virasse e olhasse para ele, levemente chocada. "Só estou dizendo," ele continuou. "No fim isso não a impediu e vocês estão perfeitamente felizes. Quero dizer, desde quando eu me lembro, vocês dois estão muito felizes, e ver como vocês estão agora..." Connor sacudiu os ombros e fez careta. "Eu não me lembro de vocês dois sendo tão... mórbidos?"

"Legal," Chloe murmurou enquanto se virava para seu trabalho. "As coisas têm sido difíceis ultimamente. Todos temos passado por muitas mudanças nos últimos dois anos e é preciso um tempo para se ajustar."

"Eu sei, confia em mim. Eu sei sobre Jimmy, sobre Davis, sobre Zod, papai-," Connor se conteve quando percebeu o que disse. "Eu sei sobre os problemas do Oliver antes de você ajudá-lo. O que, por falar nisso, nunca entendi completamente. Como exatamente você o ajudou?"

"Vamos colocar dessa forma," Chloe sorriu. "Se houvesse um programa de doze passos para ele, eu empurrei tudo em um passo só."

Connor revirou os olhos, percebendo que nem mesmo a versão mais jovem da sua mãe iria revelar aquela área cinza da vida dela. "De qualquer forma, o negócio é que eu sei sobre isso tudo." Ela suspirou e virou de volta para o seu trabalho, obviamente não impressionada. "Mas isso não fez diferença no final e, confia em mim, essa não vai ser a última vez que o mundo vai estar em perigo, mas vocês normalmente superam isso trabalhando juntos... Não estou dizendo que vocês não discutiam... Na verdade, vocês fazem muito isso."
Ela ouviu Connor fungar levemente e não pôde não sorrir também.

"Pap-," ele se conteve de novo, então sacudiu a cabeça, cansado de se prender. "Papai sempre dizia que vocês são muito cabeça-dura para concordar o tempo todo."

A porta dupla se abriu naquele momento e Chloe se virou para onde Oliver entrava, capuz para trás, óculos e arco nas mãos. Ele parou logo depois da porta e olhou para ela.

"Mas ele ama você."

Chloe olhou para Connor, por um momento, chocada. Então ele sorriu e essa visão que ela teve dele apertou o seu coração. Se ela não estivesse sonhando e nada disso fosse mentira, ela tinha que admitir, ela e Oliver conseguiram produzir um filho perfeito. Ele era realista, confiante, bravo, e aparentemente, não havia sofrido nenhum efeito negativo da vida secreta que eles levavam. Também não era ruim o fato de que era o sorriso do Oliver no rosto dele. Ela não pôde não sorrir de volta.

"Chloe, podemos conversar?"

Ela virou ao ouvir o tom áspero na voz dele, percebendo o modo como ele olhava para ela e Connor. Balançando a cabeça rapidamente, ela virou para Connor e se levantou. "Volto já. Avise se houver alguma mudança."

Ele concordou com a cabeça e a seguiu com os olhos enquanto ela saía do salão principal, e notou como os olhos de seu pai faziam o mesmo, mas em nenhum momento ele olhou na direção de Connor. Ele não estava surpreso, Connor conhecia aquele tom de voz do seu pai.
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"O que você está fazendo?" Oliver sussurrou bruscamente assim que eles entraram no quarto.
Chloe olhou para o salão principal do qual eles tinham acabado de sair, confusa, e então de volta para ele. 

"Do que você está falando?"

"Olha, eu sei que parece que esse garoto é-" Ele não conseguia se fazer dizer isso. Ao invés, ele sacudiu a cabeça tentando apagar o pensamento da memória dele. "O negócio é que você está se apegando. Eu posso ver isso no seu rosto. Você não está nem tentando manter distância dele? O que vai acontecer quando ele voltar e esse futuro todo de que ele está falando não-." Ele parou ao ver o olhar acometido no rosto dela.

"Não acontecer?" Chloe completou irritada. "Não se preocupe, Oliver, não vou tentar te convencer a se casar ou ser doador de esperma." Ela suspirou, tentando acalmar os nervos e deixar ir embora a raiva que ela estava sentindo dele. Oliver ainda não tinha conversado com Connor, ele não entendia. "Você não vai nem falar com ele..."

"Por quê? Ele vai embora? Qual é o motivo?" Ele não conseguia meter na cabeça o repentino olhar magoado no rosto dela. Não era normal para Chloe ser tão emocional, mas esse garoto fez algo com ela, algo que ninguém tinha conseguido fazer nos últimos dois anos. Só em algumas horas, Connor tinha conseguido derrubar todas as barreiras que ela tinha construído para manter todos do lado de fora, incluindo ele.

"Não sei, Oliver," ela respondeu sarcasticamente. "Acho que não há nenhum."

Ele a viu virar-se e sabia que ela não ia deixar isso para lá. Essa brecha entre eles iria crescer mais ainda se ela a deixasse sair assim. "Chloe..." Ele pegou o braço dela e a virou de volta. Ela parou, esperando, deixando a bola no campo dele. "Eu me importo com você. Só que-"

"Não é suficiente," Chloe disse através do nó na garganta dela, se odiando por se derreter assim na frente dele.

Foi só quando viu as lágrimas nos olhos dela que ele percebeu que ela não tinha como voltar atrás. O que quer que ela tenha visto, o que quer que Connor tenha contado a ela, ela queria que acontecesse, e isso envolvia ele. Oliver não conseguia colocar isso na cabeça, o fato de que ela queria um futuro com ele. 

"Chloe, eu-" A porta se abriu e ele quase ficou aliviado com a interrupção, por que ele não tinha idéia do que ia dizer.

Elliot colocou a cabeça para dentro do quarto, tentando ignorar o fato de que ele claramente tinha interrompido uma discussão. "Encontramos Cheshire."
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3 comentários:

  1. Naty preciso ler a continuação!!!

    A Chloe conversando com seu filho coisa mais linda!

    Mas Chorei
    "Nós concordamos que isso não era nada, que era melhor terminar, lembra?"

    "Eu sei," ela chorou no peito dele.
    Eles terminaram qdo começaram a sentir algo um pelo outro ='( e o futuro que ela viu e desejou ser real não pareceu tão tentador pro Ollie.

    Vilm@

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  2. essa história mereceu e MUITO ganhar no Chlollie Awards como melhor time-travel. É do tipo de fic que cada cap. é melhor que o anterior. A tradução tá ótima, Nathalia :D

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  3. Cadê o capítulo 3?Historia maravilhosa

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