I Want You 1/4

Olá!Ano novo, fic nova. Espero que gostem e que gostando ou não, façam a autora feliz comentando. Os personagens não me pertencem e a mesma coisa do ano passado...Então...Boa leitura!!!

Tiluto: I Want You

Autrora: Roberta Clemente

Classificação: PG(mas não se prenda a isso)

Spoiler: Não

Nota: Contem partes de Absolute Justice e Warrior, mas com versões alternativas.

Resumo: Oliver se vê perdido quando percebe que não vê mais Chloe como antes.

1/4

Insônia! Pela sexta noite seguida! Oliver tentou dormir, mas tudo incomodava. O quarto estava quente, o travesseiro duro, os lençóis ásperos e o colchão torto. A combinação perfeita para uma noite de insônia. Não conseguia pegar no sono.

Jogou o lençol longe e sentou na cama. Colocou os pés no chão frio, esperou alguns segundos e nada mudou.

E nada mudaria, simplesmente por que nada estava errado.

Era ele, ele estava inquieto e depois de dias sem saber o motivo começava a se irritar com qualquer coisa.

Um dia antes tinha sido um diretor da Indústria que era tão insuportável que Oliver tinha vontade de colocar uma flecha na testa dele enquanto o homem falava. Dois dias antes fora Clark e sua mania de santidade que lhe tirou do sério. Agora a noite interminável e a falta de sono.

Mesmo sem camisa Oliver se sentia sufocado. Levantou e foi até o ar condicionado. Ele marcava 20º e Oliver baixou para 15º.

Isso resolveria. Resolveria se não fosse tarde demais. Seu sono havia ido embora junto com os cinco graus de temperatura.

Antes que começasse a xingar sozinho ele foi até a cozinha preparar alguma coisa para beber, algo que resfriasse seu corpo e de preferência sua mente no processo.

Encheu um copo grande de água, não teve vontade de nada, com muito gelo, até quase transbordar. Abriu a porta da sacada e parou olhando para fora. Se nada funcionasse, se jogar de lá passaria a ser uma opção.

Odiava os momentos em que não estava fazendo nada, eles eram desculpa para sua mente descontrolada reviver o que ele queria esquecer, mas não tinha saco para fazer o que costumeiramente fazia. Então antes de dar o segundo gole o rosto dela apareceu a sua frente.

Chloe gargalhava com a história que John contava sobre um maluco que ele tinha prendido e que usava uma fantasia de coelho. Oliver já tinha reparado, mas se pegou admirando o sorriso dela. A história era realmente engraçada, mas Oliver ria por causa do sorriso largo dela. Ele era perfeito. Algumas horas antes, enquanto ela limpava seus cortes reparou as pintas na maçã do rosto, três, de tamanhos idênticos, fechando um triangulo.

Algo estava errado. Primeiro o incomodo com a possibilidade de ela ter lido os emails que trocou meses atrás com Canário, depois o estomago apertado com a proximidade e toque, agora ficava estudando e reparando os gestos, detalhes dela. Algo estava muito errado.

“Bem, crianças. Eu paro por aqui,” John interrompeu as risadas a mesa.

“Já?” Chloe protestou, contrariada.

“Amanhã uma mesa cheia de relatórios sobre a bagunça que a Liga fez na cidade me espera e eu terei que ter muita imaginação para não revelar detalhes, então uma boa noite de sono é importante”

Chloe aceita. Para quem relutou em aceitar o convite para um simples jantar ela estava surpreendentemente relaxada “Ok”

“Tenham uma boa noite. Foi agradabilíssimo jantar com vocês!” John se levanta segurando a mão de Chloe, ele dá um beijo se despedindo. “Chloe!” Em seguida se vira para Oliver. “Oliver!” John estende a mão para Oliver que aceita.

“Boa noite, John” Mas o cumprimento dura mais do que Oliver esperava. John segura sua mão com um sorriso apertado e discreto. Oliver engole seco. Teria John lido seus pensamentos? John larga, tombando a cabeça ligeiramente na direção de Chloe. Saindo em seguida.

Oliver não consegue dizer nada até o marciano estar longe. Ele e Chloe o observam sair do restaurante. Oliver ainda olha um segundo, quando seus olhos se voltam para Chloe ela está lhe encarando com um olhar inquisidor.

“Qual o problema?” Ela pergunta.

“Eu que pergunto, qual o problema?” Ele rebate, encolhendo os ombros. Diante do olhar insistente dela e fala: ”Nada, eu juro” ele sorri.

“Ok!” Chloe aceita, jogando o corpo no encosto da cadeira, ela olha para baixo antes de olhar para ele com aqueles enormes olhos verdes. “Você, quer ir embora?” a voz dela é baixa, até um pouco triste. Oliver observa por um segundo, ela parecia ter encontrado uma zona de conforto, que não queria deixar.

“Não, claro que não. Nós ainda não chegamos ao melhor” Oliver inclina a cabeça e pisca para ela, depois faz sinal para o garçom.

“Mesmo? E posso saber no que, Sr. Queen?” a voz dela era mais animada.

“Ora, o café!” ele sabia que tinha marcado um ponto.

“Vida longa ao rei” Chloe o cumprimenta, baixando a cabeça, ele devolve a reverencia, sorrindo. Sabia que o mundo poderia estar desmoronando, mas contanto que Chloe tivesse uma caneca de café nas mãos ela sobreviveria.

O garçom para ao lado de Oliver e ele olha para ela. “Chloe?” Ele sabia de cor o que ela pediria. Mas deixou que ela fizesse seu pedido, parte do ritual era fazer o pedido. “Café descafeinado, com baunilha, chocolate branco...” ela dispara, como uma metralhadora, o garçom ri e anotado ele começa a se virar para Oliver “Oh, triplo” Chloe acrescenta, um tanto sem graça.

Oliver ri. “Uau, eu gostei, mas vou de expresso, grande, para não me sentir diminuído diante da audácia da senhorita” Oliver confessa ao garçom.

“Um conservador! Eu respeito isso!” Chloe fala em tom formal.

“Obrigado!” Oliver responde no mesmo tom.

Sem o garçom eram os dois de novo. Oliver estava mais a vontade a este ponto e Chloe, relaxada, como há muito, ou talvez nunca tivesse visto antes. “Obrigada, Ollie!”. Ela agradece.

“Pelo que?” Oliver não entende.

“Pelo convite, estava precisando disso” ela desabafa sem parecer acreditar no que tinha dito.

Oliver fica surpreso. “Tudo bem! Acho que todos nós precisamos de uns bons dias de folga depois disso tudo”

Chloe se inclina para ele. “Diga por você. Eu tenho que consertar uma vidraça quebrada” ela provoca Oliver, com os olhos semicerrados. Oliver morde o enorme sorriso que tentava se formar em seu rosto.

“Problemas com pássaros?” ele devolve a provocação.

“Sim, um enorme e irritado!” ela joga as mãos para o alto, para dar ênfase.

“Vai ver ele achou que era natal e como você não tinha chaminé e a torre não tem uma caixa de correio” Oliver nem pensa, só fala.

“E você era o meu presente?” ela diz, com as sobrancelhas erguidas.

Oliver leva um tapa de si mesmo, mentalmente. Ele se da conta do que estava fazendo ou prestes a fazer, flertar com Chloe. Ele recua, quase afundando em sua cadeira. “Eu? Não...”

“Qual é, Ollie? Eu estava brincando!” Chloe ri maleficamente para ele.

“Eu sei, eu sei!” seu estomago não sabia. Ele se assustou com seus próprios pensamentos. Pra sua salvação o café deles chegou a tempo de evitar um silencio constrangedor de se formar.

A caneca de Chloe era incomparavelmente maior que a sua. Três talvez quatro vezes. Oliver não teve como não prestar atenção ao brilho nos olhos dela ao admirar a beleza da espuma de chocolate salpicado em cima do chocolate branco em forma espiral, cobrindo totalmente o café de baixo dele. “É uma obra de arte, acho que não vou ter coragem de beber” ela deixa os ombros cair, inconsolável.

“Mesmo?” ele pergunta depois de um gole em seu café sem graça.

“Não!” ela olha para ele como se ele estivesse louco. Depois passando o dedo na espuma e colocando na boca. Oliver observa como aquele gesto era provocativo e ela nem se dava conta, o que deixava mais ainda. “Ele foi feito para ser saboreado. Sem isso ele perde a razão de existir”.

“Uau!Você ama mesmo café!” ele da um segundo gole em seu café ainda mais sem graça.

“Está brincando? Eu poderia viver de café por meses!” ela pega a caneca firme entre as mãos.

“Bom saber” Oliver diz sorrindo para ela. “Mas voltando à janela que o... Que eu ajudei a quebrar” Oliver revira os olhos. “Eu te ajudo a consertar.

“Tudo bem, tenho que bolar um jeito de consertar sem colocar em risco a segurança” ela da de ombros, visivelmente cansada, falar de trabalho mudava a expressão dela como mágica.

“Não da pra chamar um vidraceiro, não é?”

“Não!” Ela suspira.

“Que tal, não falar de trabalho?” Oliver oferece.

“Perfeito.” Chloe aceita com sua caneca erguida. Oliver também ergue a sua. Eles se olham e Oliver quase se perde no olhar dela. Como ela pode ter este olhar doce depois de tudo? Como ela consegue sair da cama e salvar o mundo, todos os dias? Como?

Canecas na mesa, Oliver encara a sedutora camada de chocolate pela metade. Chloe segue seus olhos até seu café. “Você quer experimentar, não é?” Oliver ergue a cabeça, constrangido, mas se entrega com um sorriso sedutor.

“Acho que quero”

O modo como ela mordicava o dedo enquanto prestava atenção no que ele dizia, sorrindo por de trás dele algumas vezes, o jeito com que ela corria a mão pela franja, tirando de cima dos olhos, voltando para a boca em seguida era perturbador. Engolia seco e torcia para ela não notar todas as vezes que ela repetia esse caminho.

Ela não estava em sua melhor roupa naquele dia, não que ele se lembrasse. Só um par de jeans e uma blusa de manga comprida. Mas mesmo assim, ela estava linda. Sua sensualidade não era obvia. Chloe escondia mais do que revelava, deixando tudo a cargo da imaginação alheia. E a dele estava a mil aquela noite. Mas nada do que imaginou deveria se comparar a realidade. Chloe tinha classe, não forçava para ser sexy, o que a tornava irresistível.

“Estou falando demais, não estou?” Oliver para constrangido quando nota que Chloe estava muda há alguns minutos, apoiada sobre o punho, com os olhos ligeiramente caídos.

“Não! Estou adorando suas histórias!” ela ergue a cabeça e o corpo. “É bom saber que não fui à única que teve a adolescência do tipo encontro com Norman Bates” Ela ri mordendo o lábio inferior. Oliver fica rendido. Chloe além de linda era engraçada.

Oliver relaxa na cadeira. Jogando o corpo para trás, ele examina Chloe intrigado. “Mesmo?”

“Sim. É reconfortante saber que se por um acaso eu dissesse que já fui possuída pelo fantasma de uma cheerleader você não riria da minha cara” Ela da de ombros, dissimulando.

“O que?” Oliver franze a testa.

“Smallville High, o orgulho da cidade” ela brinca, apertando um sorriso. Oliver ri. “Mas, pra constar, não me arrependo, se não fosse os anos de insanidade colegial, não estaria aqui agora. Fazendo curativos, consertando janelas, com a roupa de ontem”

“Você faz mais que isso, Chloe! Sem você estaríamos correndo em círculos” a voz de Oliver é séria. Chloe o encara com os olhos agradecidos. “mesmo com a roupa de ontem” ele brinca quando não sabe o que fazer com aqueles olhos sobre ele.

“Eu sei, estou horrível” ela cobre o rosto e Oliver se odeia por ter dito aquilo, por ter deixado ela constrangida.

“Não disse isso! Mesmo que tivesse dito, estaria mentindo. Você está linda” ele reza para ter conseguido consertar. Chloe o olha por baixo.

“Não adianta usar o charme Queen em mim, Ollie!”

“Não se pode culpar um homem por tentar” Oliver sorri para ela.

“Ollie!” Chloe coloca a franja atrás da orelha, visivelmente constrangida.

Pronto!Oliver não conseguia se conter. Era mais forte que ele, estava em seu DNA não deixar nenhuma mulher bonita passar batida por suas investidas. Ele era a personificação da versão mais clichê masculina. Ele iria se arrepender disso.

“Mais café?” ele se arruma no lugar e olha para o garçom, que os observava de longe.

“Eu acho que é melhor nós irmos” ela diz baixinho.

Ele estragou tudo. Havia falado mais do que devia, afinal era Chloe Sullivan e não uma qualquer e agora ela iria embora e nunca mais o olharia ou trataria do mesmo jeito.

“Por quê?” ele pergunta sabendo a resposta.

“Bem, por que somos os últimos no restaurante e a menos que queira que seu café venha batizado, melhor pagar a conta” ela sorri para ele olhando em seguida para o garçom impaciente.

“Oh!” Oliver corre os olhos pelo restaurante vazio e chega até o garçom com cara de poucos amigos. “não tinha reparado” e era verdade, ele não percebeu o lugar ficando vazio.

Do lado de fora Oliver caminhou na direção em que seu carro estava e parou quando notou que Chloe não caminhava mais ao seu lado. Ele virou buscando por ela e encontrou parada no meio da calçada com um expressão neutra no rosto, olhando para seu celular. Ele observou esperando enquanto uma ruga se formava entre os olhos dela. Não precisava de mais que duas chances para advinhar de quem era a mensagem que ela lia.

“Clark?” ele pergunta tentando disfarçar da voz sua irritação com Clark, que não hesitava em pedir qualquer coisa a qualquer hora a Chloe.

“Ele está na Torre” ela responde colocando o celular de volta ao bolso e suspirando. “E precisa de ajuda com alguma coisa” ela levanta as duas sobrancelhas, tentando parecer entusiasmada.

“Você poderia apresentá-lo ao Google um dia desses” Oliver provoca, já não escondendo sua insatisfação. Chloe amava seu trabalhando, não tinha duvidas, mas lidar com Clark era difícil pra ela.

“É pra isso que você me paga tão bem, chefe!Pra ser o navegador pessoal de vocês” Ela sorri para ele e Oliver sente o coração disparar. Definitivamente, algo estava errado. “Vamos, eu te levo”

Pronto! Nada mais foi como antes. Passou a ver Chloe como mulher, uma mulher muito interessante, irresistível e que ele queria. Ele queria Chloe Sullivan.

CONTINUA