A Better Place - 17/17 P2

Titulo: A Better Place

Autora: Roberta Clemente

Classificação: NC -17

Nota: Essa fic tem como base o episódios Roulette, mas com um final alternativo e o final dela tem como base alguns acontecimentos de Absolute Justice.
O nome da fic é uma musica da banda VAST

Resumo: E se antes de Oliver entender que Chloe salvou o herói, o mito, o homem tivesse cometido um ultimo erro?

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Parte 2

Ficar para trás logo incomodou Chloe. Mesmo que essa tenha sido uma decisão inteiramente sua, que pela primeira vez tenha tido a chance da escolha... Mesmo assim e nem assim seu coração se acalmou ou se convenceu.

Não demorou muito para achar que estava se acovardando. Ainda mais quando se pegava imaginando o que poderia estar acontecendo em Metropoles...em casa.

Foi difícil desde o primeiro dia, se concentrar em outra coisa quando em ao menos tinha um emprego medíocre pra fingir que nada mais existia. Se controlou para não fazer mil perguntas a Oliver nas poucas vezes em que se falaram depois que ele foi embora. Mesmo com permissão para fazê-las.

E Oliver. Ele não saiu do seu pensamento em nenhum momento. A casa ficou vazia sem ele, a cidade triste e em não mais que alguns dias já era insuportável fazer qualquer coisa, ficar naquele lugar sem ele.

Não conseguia mais dormir, olhar a porta da frente, a cama, a TV ou a mesa da cozinha sem gemer de frustração. Se nos primeiros dias o cheiro que ele deixou nos travesseiros e as lembranças do gosto e da risada ajudavam a aguentar, logo elas se tornaram em uma tortura.

As vezes duvidava de que aquilo tinha realmente acontecido. Que Oliver Queen, o bilionário, o playboy, o Arqueiro Verde, tivesse mesmo ido para aquela cidadezinha, por ela. E mais, custava a crer que ele tivesse se interessado, olhado para ela como mulher e a tratado como tal. Com cuidado, desejo, respeito e...paixão.

Sorria sem perceber quando lembrava que Oliver tinha ido embora apaixonado por ela. Homens como ele não olhavam e muito menos se apaixonavam por mulheres como ela. Era no minimo surreal e quando começava a duvidar disso também olhava para a prova. Com a letra dele. Eu me apaixonei por você.

Ao mesmo tempo que seu coração acelerava, que as borboletas no estomago se agitavam era terrível ficar lá, pensando no que poderia acontecer se as coisas fossem diferentes. Se perguntava a todo instante se estava cometendo um erro...Sentia que estava perdendo algo e já duvidava que o motivo para não tentar fosse forte o suficiente.

Falar com Oliver por telefone estava longe de suprir a necessidade que tinha dele. Não tinha o olhar dele, o sorriso, nem o toque. No fim só aumentava a saudade que não queria, mas que sentia. Então começou evitar as ligações dele. Se forçando a tomar uma decisão. Aquilo só prolongaria o sofrimento e se conhecia bem demais para achar que fosse passar.

Oliver a esqueceria e ela ficaria lá, sofrendo, por meses, anos, apegada as lembranças das semanas que passaram juntos Era o que fazia, que sempre fazia. Ou cortava logo de uma vez aquilo, aquele sentimento que só ganhava força ou que fosse forte o suficiente para tomar a iniciativa.

Chloe sempre fez tudo sozinha, nunca precisou de permissão ou interferência, mas nunca precisou tanto de um conselho naquele momento. Queria poder dividir suas duvidas com alguém e se sentiu muito sozinha. Antes conversaria com Clark e contaria ele, pelo menos parte do que estava sentindo.

E foi da pessoa que menos esperou que recebeu um pouco de conforto. Em uma tarde em que estava se a beira das lagrimas seu celular tocou. Já estava juntando forças para ignorar mais uma vez a chama de Oliver quando viu o nome de Lois no visor. Engolindo e superando um pouco do seu orgulho Chloe atendeu pela primeira vez.

Se nos primeiros segundos foi estranho e difícil dizer qualquer coisa, logo a ligação que sempre teve com a prima foi mais forte e antes que percebessem as magoas foram colocadas de lado e as duas estavam se consolando.

E foi isso o que deu coragem a Chloe, a que faltava. Não tinha mais motivos para ficar e tinha vários para voltar para casa. Entregou a casa de Independence, colocou suas coisas no carro e não olhou para trás até chegar em Metropoles.

Usou os dias de viagem para se preparar e mais que isso, se fortalecer. Nunca mais se permitiria chegar ao ponto que chegou. Nunca mais seria vitima, muito menos de si mesma. Organizou a mente e acalmou o coração. No final da estrada muito trabalho e problemas a esperavam, seria difícil, mas tinha uma recompensa que fazia tudo valer a pena. Oliver.

Se enfrentar o passado, mesmo um recente a fazia tremer, saber que Oliver também estaria lá fazia tudo mais fácil. Se sua amizade com Clark parecia perdida ou quase, tinha a certeza de um amigo lhe esperando, Oliver.

Não podia negar que de alguma maneira as coisas pareciam se equilibrar. Perdeu e muito, mas também tinha ganhado. Um amigo, um cúmplice e se fosse honesta pela primeira vez com ela mesma, uma paixão ou até mesmo um amor.

Tinha chegado ansiosa para vê-lo, para correr até ele e dizer ou tentar dizer tudo o que estava sentindo quando encontrou na rua um estranho que parecia conhecê-la ou seu alter ego de maneira perigosa.

Ele ter morrido em seu braços fez tudo mudar tão rápido que antes que pudesse reagir era Clark a primeira pessoa que estava encontrando. Se viu obrigada a lidar com ele, mais uma ironia em seu extenso caderno.

Mas surpreendentemente foi muito mais fácil do que pensou. Claro que no primeiro instante doeu olhar para ele e não poder correr para abraçá-lo, não dizer o quanto sentiu sua falta ou quanto ele a magoou, mas depois, talvez por estar madura ou até mais dura que antes, conseguiu passar o que queria sem ceder e de maneira firme deixou claro que estava de volta, mas que as coisas não eram como antes, ela não era como costumava ser.

A primeira noite de volta e foi como se nunca tivesse saído. Ainda era um imã de problemas e eles correram atras dela assim que o ar da cidade a alcançou. Tudo para que seu encontro com Oliver fosse adiado e sua ansiedade começasse a consumi-la. Estar na mesma cidade e não poder olhar para ele era perturbador, ainda mais quando ele não respondia suas mensagens.

Chloe estava a um passo de largar a Torre quando o sistema avisou que Green Arrow estava no prédio. Seu coração acelerou de forma descontrolada e fez uma força sobre humana para manter o controle quando escutou sua voz de novo.

E olhar para ele foi diferente de tudo, tudo o que já tinha sentido na vida. Seus medos e inseguranças sumiram e tudo desacelerou de repente. Ele olhou para ela tentando esconder a mesma emoção que ela sentia e ela soube, ele ainda a queria. Ele lhe cobrou uma explicação e ela soube, ele ainda se importava. Ele a tocou e ela soube, também estava apaixonada.

Uma calma lhe invadiu e teve mais que certeza, que tudo ficaria bem. Agora estava em casa, fazendo o que tinha certeza de que tinha nascido para fazer e Oliver estava na sua frente. Eles estavam trabalhando juntos e lado a lado.

-Ai

-Pensei que tivesse dito que não estava doendo – Chloe sai de seus pensamento e volta toda a sua atenção ao homem feito a sua frente, que já tinha passado e enfrentado todo tipos de perigo, mas que resolveu reclamar de alguns cortes.

-Eu menti – Oliver diz sem humor. Culpa de um pássaro gigante que resolveu levá-lo para dar um passeio, passeio com um fim nada agradável.

-Tem sorte de ele não ter te jogado daqui de cima – Chloe continua a limpar os cortes se segurando para não estremecer com a ideia. Seu coração quase saltou pela boca quando viu Oliver atravessar a vidraça.

-Eu não me sinto com sorte – Oliver continua a resmungar.

Chloe tentou não levar aquelas palavras do jeito errado, mas foi impossível. Estava apertando o algodão contra a testa dele sem ao menos perceber. Ele gemeu de dor e sem saber o que dizer ela se afastou dando as costas para ele. Levando os curativos para a caixa, se escondendo para não explicar aquele quase surto.

Oliver olhou confuso para Chloe enquanto ela guardava os suprimentos de costas. Demorou um segundo para entender o que a tinha incomodado e dois para se dar um chute mentalmente. Se ele tinha duvidas sobre em que lugar eles estavam ela também deveria ter, ao menos esperava. E dizer aquela bobagem no dia em que ela voltou não ajudava.

Quando ela passou por ele evitando seus olhos Oliver não hesitou em agarrar seu braço. Não havia espaço para mal entendidos entre eles, não mais.

-O que eu quis dizer é que ser jogado pela janela, por alguém que conhece nossos segredos e ao que parece sabe o que está fazendo me incomodou – ele sorri quando ela olha para ele.

Assentindo Chloe continua em silencio. Oliver a puxa para mais perto e ela deixa.

-Você estar aqui é – Oliver ri colocando as mãos na cintura dela. - Faz tudo melhor – ele murmura.

Chloe quis responder, mas a proximidade, o toque dele e as palavras, a deixaram sem reação. Só pôde sorrir, querendo fazer o mesmo e tocá-lo, mas se segurando por causa dos cortes que ele tinha nos braços.

Os olhos de Oliver foram atraídos para o que estava a sua frente, para a pele exposta acima do decote dela. A pele branca que tinha tocado tantas vezes, a alguns centímetros. Sem saber se tinha autorização se inclinou, roçando lábios no calor macio antes de deixar um beijo demorado.

Chloe fechou os olhos e estremeceu. Segurando o ar sentiu a pele formigar debaixo dos lábios dele. Parecia ter passado uma eternidade desde a ultima vez que eles a tocaram, seu corpo sentia tanta falta quanto ela.

Ela afundou os dedos nos cabelos arrepiados dele enquanto Oliver subia por seu pescoço, a procura da sua boca. Se impedindo de gemer em expectativa umedeceu os lábios e esperou.

Oliver apertou as mãos na cintura dela, colocando Chloe entre suas pernas, podia sentir o coração batendo mais forte a cada centímetro que percorria dela. Queria e precisava de um beijo, mas não estava com pressa. Roçou os lábios nos dela, contornou sentindo sua respiração pesada, se familiarizou com o aroma suave de café e menta antes de tomar o lábio inferior entre os seus.

Chloe segurou o ar de novo quando Oliver sugou seu lábio, lhe deixando entregue. Parecia até um primeiro beijo, sentiu as pernas tremerem quando a língua dele tocou na sua e pode sentir o gosto dele mais uma vez. Esqueceu de tudo, do resto do mundo enquanto ela e Oliver se encaixavam com tanta perfeição.

O beijo foi longo, lento e só quando o ar se fez realmente necessário se afastaram, não deixando mais que a boca um do outro. De testas justas ficaram em silencio. Tinham tantas perguntas a fazer um para o outro, coisas a resolver, mas nenhum deles sabia bem por onde começar.

-Nós temos que achar Clark – Chloe diz quase em um sussurro. Não querendo estragar o momento.

Assentindo Oliver percebeu e se deu conta das palavras dela. Preocupado se afastou o suficiente para olhar em seus olhos.

-Como foi com Clark?

-Foi tão divertido quanto ir ao dentista – ela desvia o olhar forçando o sorriso.

-Sinto muito! - Oliver toca os braços dela. Sabia que seria difícil e seu plano era estar junto quando ela e Clark se encontrassem, mas tinha saído tudo errado.

-Tudo bem! Acho que as coisas vão se encaixar de novo, é só dar tempo ao tempo...Ainda mais se Clark quiser ser parte dessa equipe – Chloe olha fixo nos olhos de Oliver.

Oliver não pôde não dar largo sorriso a aquelas palavras e a segurança com que Chloe as disse.

-Ok... Pronta para pegar Clark de volta, Torre? - Oliver pergunta estendendo uma mão a ela.

-Pronta. E você, pronto pra arremessá-los por algumas janelas só para variar? Arqueiro? - Chloe responde, aceitando a mão dele.

-Que tal chamar reforço? O Pássaro Maravilha não vai saber o que o atingiu – Oliver sorri empolgado.

Chloe não precisava de mais palavras. Sabendo quem chamar ela vai para um dos computadores e Oliver coloca o capuz, prontos para voltar a ação.

...continua